As greves continuadas na área da Saúde têm provocado cada vez mais atrasos em procedimentos cirúrgicos, até nos mais urgentes como é o caso das cirurgias oncológicas. Por cada dia de greve, são adiadas 3 mil cirurgias.
De acordo com o Diário de Notícias, que avança a notícia nesta quinta-feira, as estimativas apontam para cerca de três mil cirurgias adiadas por cada dia de greve, o que numa paralisação de seis dias equivale a falar em 18 mil operações canceladas.
“Tenho 12 doentes com cancro que tiveram cirurgias adiadas por causa da greve dos enfermeiros de setembro e três delas voltam a ter operações canceladas por causa destas greves de outubro. Portanto, vão ter de esperar pelo menos dois meses”, confessou uma especialista em patologias da mama de um grande hospital da Região de Lisboa e Vale do Tejo, em declarações ao diário.
Devido às greves, muitos dos tempos máximos de resposta na região da grande Lisboa têm vindo a ser ultrapassados. Os doentes oncológicos muito prioritários têm de ter resposta em 15 dias, os prioritários em 45 dias e mesmo os casos normais têm de ser operados até 60 dias.
Também mais a norte, especialistas e profissionais da área mostram-se igualmente preocupados. O responsável pelo agendamento de cirurgias de um grande hospital da região centro adianta que só no primeiro dia de greve dos enfermeiros, mais de 50 doentes viram as suas cirurgias canceladas.
“E o que causa maior preocupação é que os doentes com cancro também são afetados”, realça outro médico em declarações ao DN. “Porque um doente não urgente pode ser operado depois, mas os casos urgentes têm de ter resposta rápida. Os serviços mínimos deviam acautelar estas cirurgias da área oncológica”, defende.
Os enfermeiros iniciaram nesta quarta-feira uma greve de seis dias.