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Função Pública. Greve geral fechou “mais de 90%” das escolas de todo o país

Rodrigo Antunes / Lusa

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, disse esta sexta-feira, em Coimbra, que mais de 90% das escolas do país estão encerradas devido à greve dos professores e pessoal não docente.

Mário Nogueira considerou que o nível de adesão à greve e o encerramento da “maioria das escolas” portuguesas, do pré-escolar ao secundário, traduz a “enorme exigência” ao Governo para que comece a negociar de imediato com os professores.

Vamos começar a negociar já”, reclamou, numa conferência de imprensa junto à entrada da escola básica EB 2/3 Martim de Freitas, em Coimbra.

Também João Abrãao, secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), traçou um cenário idêntico, dando conta que centenas de escolas estão fechadas por todo o país nesta que é “uma das maiores” greves realizadas pelos trabalhadores nos últimos anos.

“É uma greve com muito impacto, talvez uma das maiores greves dos últimos anos realizada pelos trabalhadores da Administração Pública”, disse João Abrãao, que esteve hoje de manhã com o secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), João Dias da Silva, numa ação na Escola Secundária Passos Manuel, em Lisboa, para apoiar os trabalhadores em greve. José Abrãao fez um balanço da greve “muito positivo”, com “uma enorme adesão” dos trabalhadores.

“Há já centenas de escolas, neste momento, fechadas no país desde Vila Pouca de Aguiar, Bragança, Setúbal, Lisboa”, disse o dirigente sindical.

Esta informação foi corroborada pelo líder da FNE que referiu algumas escolas que estavam encerradas ao início da manhã, como a Escola Passos Manuel, onde estavam alguns funcionários e dirigentes sindicais com bandeiras e cartazes com as frases “Pelo fim da precariedade – Por aumentos salariais” e “Respeito pelos trabalhadores não docentes.

Segundo João Dias da Silva, estavam encerradas, entre outras, a Escola Emídio Garcia em Bragança, escolas em Torres Vedras, Vila Pouca de Aguiar, Vila do Conde, a escola Fernando Lopes Graça, na Parede e a escola Eça de Queiroz, em Lisboa.

Na Ericeira, no Pinhal Novo, concelho de Palmela, e em São Domingos de Rana, concelho de Cascais, todas os agrupamentos de escola estavam fechados, e algumas na Bobadela, concelho de Loures, adiantou.

“Começam a chegar sinais que haverá ao longo do dia de hoje centenas de escolas que vão estar fechadas porque os trabalhadores querem demonstrar ao Governo que tem obrigação de negociar”, disse o líder da FNE.

Alta adesão nos hospitais e na recolha de lixo

“As indicações que temos é que estamos perante uma grande adesão quer nos hospitais, na recolha de resíduos sólidos, quer na educação, quer noutros setores que hoje de manhã vão ter percalços significativos”, adiantou Arménio Carlos, líder da CGTP, hoje de manhã junto à Escola EB2/3 Manuel da Maia, em Lisboa, que está encerrada devido à paralisação.

Segundo o sindicalista, na origem da greve está a “não atualização dos salários de cerca de 600 mil trabalhadores pelo décimo ano consecutivo, as carreiras bloqueadas na maior parte dos casos, as progressões longe do desejável e a falta de resposta para a aquisição de mais trabalhadores”.

“Esta greve demonstra o grande descontentamento e indignação pelo facto de as carreiras continuarem congeladas e sem resposta e por outro lado continuarmos a assistir a situações de precariedade como as que ocorrem aqui na [escola] Manuel da Maia onde contratam trabalhadores por três horas e meia para desenvolver uma atividade que é permanente”, disse

O líder sindical da CGTP  destacou também que “este é o momento certo para que a população perceba que quando os trabalhadores estão a lutar estão a fazê-lo para melhorar os serviços públicos”.

ZAP //

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