Escolas, estabelecimentos de saúde, finanças, segurança social… Muitos sectores afectados nesta sexta-feira.
A greve nacional de trabalhadores da função pública está a afectar, como se esperava, diversos sectores nesta sexta-feira.
Os efeitos, como tinha sido anunciado, começaram a verificar-se na noite passada, na recolha do lixo.
Os Estaleiros Municipais da Amadora foram o palco da concentração, para assinalar o arranque da greve, e ao início da madrugada ainda nenhum carro tinha saído para recolher lixo. E ninguém estava a trabalhar no local.
Educação, saúde, finanças, segurança social e autarquias. Todos estes sectores estão a ser afectados.
Quase todas as 30 estruturas da Frente Comum entregaram avisos de greve. Professores, médicos e trabalhadores da administração local foram alguns dos profissionais que entregaram avisos de greve.
Há escolas encerradas em diversos pontos do país. A federação dos professores concentrou-se no Porto, na Escola Secundária de Fontes Pereira de Melo, que está fechada.
No sector da saúde, muitos hospitais e centros de saúde estão limitados. Igualmente no Porto, no Hospital São João, durante a madrugada houve uma adesão à greve de 85% dos auxiliares de acção médica, de acordo com os sindicatos.
A greve, realizada a uma semana da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2023, é uma acção de protesto da Frente Comum de Sindicatos, que exige aumentos salariais de 10% ou um mínimo de 100 euros” para a administração pública, em 2023.
“Está nas mãos do Governo determinar isso. Nós não estamos em greve porque gostamos muito de perder dias de salário. Estamos em greve porque o Governo não deu resposta aos problemas que nós apresentámos, nomeadamente à necessidade de compensar aquilo que está a ser a perda salarial diretamente para a inflação”, explicou Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN).
Sebastião Santana disse na RTP que todos os trabalhadores da função pública “já perderam um mês de salário” em 2022. E “num quadro em que se regista agora uma inflação de 10,1 por cento, a proposta média de aumentos para o ano que vem são 3,6. Isto é empobrecer e a Frente Comum jamais aceitará que isto aconteça”, avisou.