Greve dos médicos do Norte com adesão entre os “80 e os 90%”

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, afirmou esta quarta-feira, em Matosinhos, que a greve que decorre na região Norte está a ter uma adesão entre “os 80 e os 90%”.

“Os dados iniciais para este protesto fazem com que os números sejam muito próximos da greve que ocorreu dia 10 e 11 de maio. Estamos a falar de adesões próximas do 90%“, sublinhou Roque da Cunha.

O dirigente do SIM falava no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, onde “apenas uma sala do bloco operatório está a funcionar, com um doente oncológico”.

“As cirurgias em Viana do Castelo não estão a funcionar, no Hospital de São João estão a funcionar apenas duas, de onze, e no geral os centros de saúde estão com uma adesão entre os 80 e 90%”, acrescentou.

Segundo Roque da Cunha, “os números até agora disponíveis” revelam que “os médicos estão descontentes e concordam com esta decisão dos sindicatos de avançar com esta greve”.

“Aguardamos que esta manifestação de descontentamento dos médicos faça com o Ministério da Saúde negoceie de uma forma séria e faça aquilo que tem de fazer que é apresentar uma contraproposta correta”, sublinhou.

Em declarações aos jornalistas, Manuela Dias, também do secretariado nacional do SIM e médica no hospital Pedro Hispano, disse que neste hospital, ao longo de todo o dia, deverão ser “canceladas 45 cirurgias, nas nove salas do bloco central, e 21 em ambulatório”.

Hoje é a vez de estarem em greve os médicos do Norte e, na próxima semana, paralisam os da região Centro. Na semana seguinte, a greve acontece na zona sul e em novembro haverá um dia de greve nacional.

Os médicos reclamam a redução de 18 para 12 horas semanais no serviço de urgência, bem como a diminuição dos utentes por médico de família de 1.900 para 1.500 utentes.

A greve foi convocada pelos dois sindicatos médicos – Sindicato Independente dos Médicos e Federação Nacional dos Médicos. Os sindicatos queixam-se de que estão há um ano em “reuniões infrutíferas” com o Governo.

Contudo, numa das últimas reuniões, o Ministério da Saúde anunciou ter sido acordada uma das reivindicações sindicais: a redução de 200 para 150 horas anuais obrigatórias de trabalho suplementar.

// Lusa

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