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Glenn Greenwald deixa Intercept e acusa editores de “censura”. Foi proibido de publicar texto sobre Biden

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gageskidmore / Flickr

Glenn Greenwald

O cofundador do site de investigação The Intercept, Glenn Greenwald, anunciou a sua demissão e acusou os restantes editores de “censura” por terem impedido a publicação de um artigo seu sobre o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden.

Glenn Greenwald escreveu uma publicação na plataforma digital Substack esta quinta-feira, onde revelou que ia deixar o The Intercept, site de notícias que ajudou a criar, depois do seu trabalho ser censurado. O jornalista explicou que os restantes editores o impediram de publicar um artigo sobre Joe Biden, a menos que removesse as partes em que criticava o candidato presidencial democrata.

De acordo com o The New York Times, o jornalista acusa a direção do site de violar a sua “liberdade editorial” por se recusar a publicar o artigo a menos que Greenwald removesse “todas as secções que criticavam o candidato presidencial democrata Joe Biden, o candidato veementemente apoiado pelos editores do Intercept de Nova Iorque”.

Greenwald partilhou mais tarde no Substack, um site de autopublicação, o rascunho mais recente do artigo, onde “levanta questões críticas sobre a conduta de Biden” e incide sobre os negócios do seu filho Hunter na China e na Ucrânia.

Greenwald ficou conhecido por publicar no The Guardian americano uma investigação sobre os mecanismos de espionagem ilegal levados a cabo pela Agência de Segurança Nacional, expostos por Edward Snowden, pelo qual foi premiado com o Prémio Pullitzer.

Em 2013, fundou o The Intercept, órgão de comunicação com a missão de “escrutinar os poderosos através de um jornalismo destemido e contraditório”.

No entanto, “as mesmas tendências de repressão, censura e homogeneidade ideológica que afligem a imprensa nacional de uma forma geral engoliram o órgão de comunicação que co-fundei, culminando na censura dos meus próprios artigos”, escreveu Greenwald.

Durante uma aparição no podcast de Joe Rogan na quarta-feira – um dia antes de anunciar a sua saída do The Intercept – Greenwald disse: “Acho que nunca fiquei tão enojado com os meus colegas de profissão como nas últimas três semanas por causa desta história.”

“Estão todos desesperados para que Trump perca as eleições, essa é a realidade. Todos querem que Biden ganhe, então não querem partilhar nenhuma informação nem histórias que possam ajudar Biden a perder”, acrescentou.

As críticas de Greenwald são apontadas ao quadro editorial do The Intercept dos EUA, e não à edição brasileira, país onde o jornalista vive há vários anos.

A publicação nega, no entanto, ter censurado o jornalista e acusa-o de “distorções e imprecisões”, garantindo que irá apresentar a sua versão. “Por agora, é importante deixar claro que o nosso objetivo em editar o seu trabalho era assegurar que seria rigoroso e justo”, afirma o site.

O artigo de Greenwald era uma tentativa de “reciclar as acusações duvidosas de uma campanha política – a de Trump – e branqueá-las como jornalismo”, rematam.

ZAP //

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