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Grafittis contra professores na Universidade Nova. “Faculdade progressista não paga a fascista”

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@tmoreiradesa / Twitter.com

Muro vandalizado visa professores da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa.

Muro vandalizado visa professores da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa.

Um dos muros da Universidade Nova de Lisboa foi vandalizado durante segunda-feira à noite, com inscrições contra dois professores que são acusados de serem “fascistas”.

Faculdade progressista não paga salário a fascista! Fora Canaveira! Fora T. Moreira e Sá!” A inscrição visa dois professores da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa, respectivamente Tiago Moreira de Sá, ainda deputado do PSD, mas que não integrou as listas da AD nestas últimas legislativas, e Manuel Filipe Canaveira, professor associado com agregação do Departamento de Estudos Políticos da instituição.

Fonte oficial da FCSH confirmou ao Expresso que já procedeu à “limpeza” do muro, notando que é o que “acontece sempre que estão em causa mensagens ou cartazes não autorizados ou que atentem ao bom nome da instituição”.

Entretanto, Tiago Moreira de Sá revela ao semanário que está a “ponderar seriamente” apresentar queixa do sucedido.

“Não é por mim, porque a mim não me condicionam. Mas isto transcende-me. É uma tentativa de saneamento por delito de opinião política, e é preciso fazer algo para travar esta radicalização”, sublinha o ainda deputado do PSD.

“As pessoas não podem viver com medo”, acrescenta ao Expresso.

Na rede social X, mais conhecida por Twitter, Moreira de Sá lamenta que “50 anos depois do 25 de Abril, ainda há quem queira sanear professores por delito de pensamento político”. “Comigo não passará, nem o fascismo, nem a extrema-esquerda”, constata.

A deputada do Chega, Rita Matias, fez questão de deixar o seu apoio a Moreira de Sá no Twitter. “É um dos melhores docentes da minha Faculdade e foi sempre um gosto ouvi-lo na tribuna da Assembleia da República, mesmo quando as nossas posições divergiam”, sublinha a deputada.

Moreira de Sá recebe também o apoio de outras figuras públicas, como o comentador da SIC Sebastião Bugalho, e a analista de assuntos internacionais Helena Ferro Gouveia.

Na sua publicação no Twitter, Moreira de Sá também faz a defesa de Canaveira, salientando que este professor “também tem direito ao seu bom nome”.

Um professor nunca pode ser avaliado pelo seu pensamento político, só pelo seu conhecimento científico”, sublinha, acrescentando que “muito menos pode haver saneamentos políticos seja a quem for”.

Canaveira é conhecido por ter assumido algumas posições controversas sobre o Islão. Além disso, em 2021, foi acusado por vários alunos da FCSH de ter “comportamentos assustadoramente machistas” e “ofensivos” durante as aulas , como recorda o Expresso.

Na altura, o professor esteve suspenso preventivamente por 240 dias, mas “já está a trabalhar normalmente”, como confirma fonte da Universidade ao Expresso.

ZAP //

2 Comments

  1. Antes tinham medo que uma nova ditadura viesse novamente da direita. Então deixaram o flanque esquerdo sem vigia, olha o resultado: prejudicar outros pelas suas opiniões…. Talvez seja altura de reabrirem o dicionário para aprenderem o significado de fascismo.

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