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Graça Fonseca admite “um dia” candidatar-se à Câmara de Lisboa

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António Cotrim / Lusa

A ministra da Cultura admitiu candidatar-se “um dia” a presidente da Câmara de Lisboa. Em entrevista ao Público, Graça Fonseca falou da atual situação política, do rol de nomeações familiares e das polémicas em que esteve envolvida.

“Se me pergunta se foram seis anos felizes, foram bastante felizes, como também tem sido aquilo que tenho feito. Quem sabe, o trabalho autárquico é algo que eu gostarei um dia de voltar a fazer, como presidente de câmara ou com outra função qualquer”, respondeu a governante ao Público quando questionada sobre se admite vir a candidatar-se a presidente da autarquia de Lisboa.

Apesar de não descartar o cenário, Graça Fonseca garante: “Não estou a tralhar para outra candidatura que não seja para o próximo Governo”. Dos seis anos em que trabalhou na Câmara de Lisboa, com António Costa, a ministra disse ter gostado “muito” do trabalho que foi feito, dando conta que lhe permitia uma “ligação muito próxima às pessoas”.

No imediato, Graça Fonseca pretende continuar a exercer funções como ministra da Cultura. “Numa perspetiva de, se o PS ganhar eleições, se o primeiro-ministro continuar a ter a confiança que teve para me convidar e novamente me convidar, continuar a fazer o trabalho que tenho estado a fazer“, afirmou.

Graça Fonseca, que afirmou ser favorável “desde início” ao modelo político da “geringonça”, comentou as várias relações familiares que têm vindo a público, partindo de um exemplo do seu próprio gabinete.

“Vou dar-lhe o exemplo da minha chefe de gabinete, que já foi notícia por ter uma relação familiar com um deputado do PS [Marcos Perestrelo]. Conheço-a há 20 anos, foi minha chefe de gabinete na Câmara, trabalhei com ela [antes] quer no Ministério da Justiça quer no da Administração Interna. As pessoas recrutam outras em função de dois fatores, competência e confiança”, considerou.

“Um chefe de gabinete é alguém com quem temos de ter uma relação de confiança. Se perguntar ao contrário, se pelo facto de ela ter uma relação com um deputado do PS eu não a posso convidar quando acho que é a pessoa mais indicada, isso faz algum sentido? Na minha cabeça, não faz”, sustentou.

Confrontada sobre as polémicas que marcaram o seu início de mandato no Ministério da Cultura – a questão das touradas e o comentário em que afirmou não ler jornais durante os dois dias em que participou na Feira do Livro de Guadalajara -, Graça Fonseca considera que o facto de ter assumido a sua orientação sexual provocou algumas das reações de foi alvo: percebe-se que é uma reação para tentar, de alguma maneira, descredibilizar-me”.

“Hoje a comunicação é hiper-rápida e tem uma lógica quase irracional. Tinha acabado de chegar ao Ministério da Cultura. Estava no Governo como secretária de Estado, mas não tinha a notoriedade de agora. O facto de ser tutelar a área da Cultura, que tem tido uma grande instabilidade governativa e de relação com os sectores, de ser dirigente nacional e de ter um percurso de alguma proximidade com o primeiro-ministro, tudo isto contribui para a atenção ser mais concentrada em mim”, considerou ainda.

ZAP //

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