
O módulo de aterragem Blue Ghost da Firefly captou o seu primeiro nascer do Sol na Lua.
Navegação GPS inédita na Lua aconteceu com a histórica alunagem do Blue Ghost e promete ajudar os astronautas das futuras missões na superfície lunar.
A histórica alunagem do Blue Ghost da Firefly Aerospace, que no passado dia 2 se tornou o primeiro módulo a pousar verticalmente na Lua, também permitiu à NASA navegar com sinais GPS pela primeira vez na superfície do satélite natural da Terra.
Ineficazes a distâncias tão grandes como daqui até à Lua (literalmente), os sistemas tradicionais de GPS são substituídos pela NASA — em parceria com a Agência Espacial Italiana no Lunar GNSS Receiver Experiment (LuGRE) — por um Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS).
O sistema mede autonomamente o tempo, a velocidade e a posição, o que pode ser fundamental para uma navegação mais precisa na superfície da Lua em futuras missões como as do programa Artemis.
Ainda antes de aterrar, o LuGRE estabeleceu um novo recorde, a 21 de janeiro, ao adquirir o sinal GNSS a maior altitude, a 337 mil quilómetros da Terra, durante a sua viagem à Lua. A intensidade do sinal continuou a aumentar à medida que o módulo de aterragem se aproximava da órbita lunar, atingindo um máximo de 391 mil quilómetros da Terra a 20 de fevereiro.

conceito artístico da carga útil LuGRE no Blue Ghost e dos seus três registos principais em trânsito para a Lua, em órbita lunar e na superfície da Lua.
Ao incorporar sinais GNSS, os engenheiros da missão esperam reduzir a (até agora necessária) frequente supervisão humana.
“Na Terra, podemos usar sinais GNSS para navegar em tudo, desde smartphones a aviões. Agora, o LuGRE mostra-nos que podemos adquirir e seguir com sucesso sinais GNSS na Lua”, diz Kevin Coggins, Administrador Associado Adjunto da NASA para o Programa de Comunicações Espaciais e Navegação (SCaN) em comunicado.
O LuGRE utiliza as constelações GNSS GPS e Galileo, que se baseiam numa rede de satélites de órbita terrestre média. Durante as próximas duas semanas, o LuGRE continuará a recolher dados enquanto os outros instrumentos do módulo de aterragem realizam as respetivas experiências.