O primeiro-ministro garantiu hoje, em entrevista ao jornal Expresso, que serão apuradas responsabilidades em relação a Pedrógão Grande, mas insistiu que a tragédia em que 64 pessoas morreram “não é o padrão” no desempenho da proteção civil.
“O que aconteceu em Pedrógão é um fenómeno único na sua dimensão de tragédia humana, que nos marcará para sempre. Felizmente, não é o padrão de avaliação do desempenho do nosso sistema de proteção civil”, pode ler-se na entrevista publicada hoje.
“Não posso dizer que um sistema que extingue 81% dos incêndios em menos de 90 minutos não funciona”, defende o primeiro-ministro.
Defendendo a decisão de manter as suas férias uma semana depois do incêndio, António Costa argumentou que “no exercício de funções executivas há boas e más notícias. É tão absurdo achar que é mérito do Governo a vitória do Festival da Eurovisão como achar que é demérito do Governo não evitar um fenómeno natural”.
António Costa sublinhou que “não há nada que possa desvalorizar o que aconteceu em Pedrógão”, mas falou de aproveitamento político da tragédia.
“Se é verdade que a culpa não pode morrer solteira, também é inaceitável arranjar casamentos de conveniência para a culpa para resolver o problema do ponto de vista político e mediático”, criticou.
Para o primeiro-ministro, é necessário que as responsabilidades sejam apuradas “de forma rigorosa”, e para isso conta com a comissão técnica independente da Assembleia da República.
“É importantíssimo para mim conhecer as conclusões da comissão técnica independente. Temos esses relatórios em outubro e não será tarde para tomar medidas. As responsabilidades apuram-se pela forma própria. Aguardemos serenamente que elas sejam apuradas. Não ficarão solteiras”, afirmou.
Na entrevista ao Expresso, o primeiro-ministro falou também sobre o desenvolvimento da economia, que considerou positivo, mas apontou como um “duplo mau sinal” o aumento do crédito à habitação.
“É sinal de que não estamos a mudar de paradigma da casa própria para o arrendamento, e é sinal de que a banca não está a mudar de paradigma do financiamento ao consumo e à habitação para aquilo que é essencial, que é o financiamento à economia”, defendeu.
Olhando para fora, António Costa comentou a eleição do novo Presidente francês, Emmanuel Macron, como uma “lufada de ar fresco para a Europa”. “Espero que se mantenha esta dinâmica inspiradora para o futuro da Europa”, afirmou.
// Lusa
Mais uma vez, pelas tuas palavras, não assumes os teus erros: a colocação dos “incompetentes” dos Boys do teu partido na
Protecção Civil!
Há uns anos atras, um teu colega teu… assumiu as suas responsabilidades e não culpou a natureza pelo excesso de chuva…estou a referir-me ao então ministro do Equipamento Social, Jorge Coelho, que pediu a demissão após a queda da Ponte de Entre-os-Rios, em Castelo de Paiva, que terá provocado a morte de 67 pessoas!
No entanto o POVO tem memória curta…não é o meu caso!
Daí que “Cego é aquele que não quer ver…”.
Pois, mas “o guia de um cego não pode ser outro cego”!!…
Caro Comentador…utilizando um provérbio popular…”falta-lhe muito chá!”.
A sua amiga Catarina Martins…tal como o Sr. só sabe desconversar!
Ámen!….
A estatística é um excelente argumento para mentir e desviar as atenções, quando é útil.
É preciso também contabilizar a que área total correspondem os tais 81% dos incêndios que são apagados em menos de 90 minutos – ou melhor dizendo, de qual dimensão seriam e que área ardida poderiam atingir, se não fossem apagados em 90 minutos. Eu sei que é pouco especulativo, mas seria muito útil fazer este ‘exercício’ de auto avaliação, obviamente con seriedade e honestidade intelectual (isto é que sim, é impossível).
É que se são “caixotes do lixo”, também não significa que funciona bem.
Pelo contrário, significari que há muito para melhorar quando quando “a grana é grossa”…
Nos tambem nao, pelo menos nao os elegemos, cobardes.
Tendo sido ao que parece este senhor na altura como ministro o autor da negociata com o SIRESP e agora como 1º ministro do país e ter acontecido o que aconteceu compreende-se que não é visto nem achado em tais desgraças a culpa pertence toda aos outros, os louros da actual situação económica do país não vieram do esforço a que as instâncias internacionais nos obrigaram durante quatro anos por culpa do governo do seu camarada Sócrates e ás medidas que o governo anterior foi obrigado a aplicar ao país, foi tudo mérito dele nestes quase dois anos de governação, muito parecidinho com o seu camarada Sócrates, a escola é a mesma!.
Gosto do título deste artigo. De facto, é tão injusto culpar o governo pelos incêndios como aplaudi-lo pela vitória no Europeu de Futebol ou no Festival da Eurovisão.
Alguém diga ao Sr. Costa que uma estrada não é um corta fogo mas se essa estrada tiver uma faixa livre em cada berma poderá ser um corta fogo e até um salva vidas. Alguém já vê pessoal e máquinas nas estradas a fazer limpeza de bermas depois da tragédia e planeamento de ordenamento florestal??? Se sim digam que eu ainda não vi. Estão preocupados com as responsabilidades que morrerão solteiras porque basta pôr uns boys a pensar no caso. Quanto a investir dinheiro para evitar desastres futuros nada (nestes últimos 30 anos).