O Governo português vê “com muita tristeza” a notícia do rapto de uma cidadã portuguesa esta manhã em Moçambique e mantém “contactos permanentes” com o executivo moçambicano, disse hoje à Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário.
Uma mulher portuguesa foi raptada esta manhã na Matola, cidade satélite da capital moçambicana Maputo, por três homens armados. Uma fonte da comunidade afirmou à Lusa que o rapto ocorreu no interior da empresa onde a portuguesa exerce funções de gestora financeira.
A identidade da vítima e a identificação da empresa não foram divulgados, mas o cônsul geral de Portugal em Maputo, Gonçalo Teles Gomes, confirmou que os familiares da vítima já foram informados do sucedido.
Este é o segundo rapto envolvendo portugueses, depois de em meados de julho um empresário ter sido sequestrado. Desde 2011 tem havido uma onda de sequestros visando setores abastados da sociedade moçambicana.
Sobre o rapto da cidadã ocorrido hoje, o secretário de Estado José Cesário afirmou que o Governo está “a acompanhar” a situação e têm ocorrido “contactos entre membros” dos governos dos dois países.
Imigrantes em risco?
No final da semana passada, o MNE, através da secretaria de Estado das Comunidades, emitiu um alerta a recomendar aos viajantes que tenham “a maior cautela nas deslocações”, devido à “particular incidência de raptos” em Maputo.
Os portugueses são aconselhados a “não frequentar locais isolados, evitar as rotinas, incluindo não efetuar diariamente os mesmos percursos, não exibir bens com valor monetário significativo e manter sempre a família ou pessoas de confiança informadas sobre as deslocações”.
“Continuamos a transmitir ao Governo moçambicano toda a preocupação relativamente ao bem-estar e à segurança de cidadãos portugueses que estão em Moçambique”, disse à Lusa o secretário de Estado das Comunidades.
Admitindo que notícias como esta criem “algumas preocupações” entre a comunidade, José Cesário reiterou os apelos para que os emigrantes “tenham cautela e cuidado”. No entanto, sublinhou, “as pessoas que conhecem Moçambique sabem que, de um modo geral, os riscos são extremamente reduzidos”.
O governante salientou que “há sempre riscos em qualquer país do mundo, isto acontece em Moçambique como acontece em qualquer sítio, como a Venezuela, Brasil ou África do Sul”.
De acordo com dados oficiais do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), estão inscritos cerca de 32 mil portugueses nos consulados-gerais de Maputo e da Beira, dos quais perto de 10 mil são expatriados.
/Lusa