“Qualquer dia” o Governo “quer melhorar serviços públicos e não tem trabalhadores”

Rodrigo Antunes / Lusa

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos

Se o Governo não valorizar o papel da administração pública, pode “correr o risco” de, “qualquer dia”, querer melhorar os serviços públicos e não ter trabalhadores.

À margem do congresso da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP), em Braga, Arménio Carlos sublinhou a importância dos funcionários públicos, dizendo que, se não tivesse sido pela sua “intervenção”, os serviços públicos “teriam colapsado”.

O líder da CGTP referiu ainda que os trabalhadores da administração pública deviam ser mais valorizados, pelo que a proposta de aumento de 0,3% para a função pública, feita pelo Governo, é “desrespeitadora e destruidora da dignidade” daqueles trabalhadores.

“A questão que hoje se coloca à sociedade portuguesa é que, ou se valoriza os trabalhadores dos serviços públicos e da administração pública, ou nós corremos o risco de qualquer dia termos um Governo a dizer que quer melhorar os serviços públicos e não tem trabalhadores disponíveis para continuarem a receber 600, 800 ou 900 euros”, afirmou o sindicalista, citado pela Renascença.

“Para termos melhores serviços públicos temos que ter melhores profissionais. Para termos os melhores profissionais o Estado e o Governo têm que desenvolver as condições para que possam exercer a sua atividade”, acrescentou Arménio Carlos.

Ana Avoila, que está de saída da função de coordenadora FNSFP, considerou que, “em termos dos direitos dos trabalhadores, houve uma regressão muito grande (nos últimos 13 anos)”. “Desde logo com o governo de José Sócrates, do PS, que retirou o estatuto socioprofissional aos trabalhadores da administração pública. Isto é o quê? Tirou-nos o vínculo de nomeação, tirou as carreiras gerais, todas as profissões que existiam deixaram de existir para se chamarem assistentes operacionais.”

Para Ana Avoila “estes 13 anos foram um processo de resistência” e que “agora se está em recuperação, mas não está fácil”.  Assim, ambos os sindicalistas deixaram ainda um “forte apelo” à mobilização para a “grande manifestação” marcada para 31 de janeiro, em Lisboa.

ZAP //

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