O Governo francês avisou que não vai tolerar qualquer interferência externa nas próximas eleições presidenciais, num claro aviso a Moscovo.
Numa clara referência a Moscovo, o chefe da diplomacia francesa disse que “não vamos aceitar qualquer interferência, seja qual seja, no nosso processo eleitoral, tanto da Rússia como de qualquer outro Estado”.
Jean-Marc Ayrault disse no Parlamento que “depois do que aconteceu nos EUA, é nossa responsabilidade dar todos os passos necessários para garantir que a integridade do nosso processo democrático é totalmente respeitada”.
O aviso ocorreu depois de assessores de um dos principais candidatos franceses terem acusado, esta semana, a Rússia de atacar a sua candidatura.
Um porta-voz do candidato pró-europeu Emmanuel Macron acusou esta quarta-feira Moscovo de estar por trás de uma série de ataques cibernéticos ao site e aos servidores da campanha de Macron no último mês.
“Metade destes ataques, e houve centenas por dia, vieram da Ucrânia, que é conhecida pelas suas ligações aos piratas informáticos e às pessoas que dirigem estes ataques na Rússia”, afirmou Benjamin Griveaux, acusando o Kremlin de procurar favorecer o candidato conservador François Fillon e a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen.
Além disso, foram publicadas notícias na imprensa russa que alegam que o candidato tem um caso extraconjugal gay com o presidente da Radio France, Mathieu Gallet.
Por outro lado, Fillon e Le Pen sempre defenderam laços mais próximos com a Rússia.
Procuradoria francesa vai manter investigação a Fillon
Más notícias para o candidato da direita. A justiça francesa anunciou hoje que vai prosseguir o inquérito que visa François Fillon, suspeito de ter beneficiado a própria mulher com um emprego fictício.
“As investigações vão continuar”, refere um comunicado da Procuradoria francesa, acrescentando que as provas ainda estão a ser recolhidas.
O relatório da polícia sobre o suposto emprego fictício de Penelope Fillon, casada com o candidato às presidenciais de 23 de abril, foi enviado na quarta-feira para a Procuradoria.
O inquérito preliminar, com data de 25 de janeiro, e que partiu de notícias publicadas na imprensa, indica que alegadamente foram utilizados fundos públicos na contratação fictícia de Penelope como assistente parlamentar do marido.
O caso afetou a popularidade de Fillon, que foi entretanto ultrapassado por Le Pen e pelo centrista Emmanuel Macron, nas intenções de voto dos eleitores franceses.
ZAP // Lusa