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Governo de direita em risco. Ventura acusa PSD e CDS de “bullying” e ameaça rasgar acordo açoriano

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Manuel de Almeida / Lusa

André Ventura

André Ventura aterrou esta quarta-feira nos Açores e vai reunir hoje com os dois deputados para tomar uma decisão sobre o acordo que o PSD e o CDS-PP assinaram para as eleições autárquicas. O Chega ficou de fora.

O líder do Chega, André Ventura, acusou o PSD e o CDS de “bullying político” depois de os partidos terem assinado um acordo para as eleições autárquicas. Em cima da mesa está a possibilidade de consequências políticas e, segundo o Observador, nada está excluído – nem mesmo o rompimento do Governo de direita dos Açores.

Se o Chega decidir romper o acordo, o Governo de direita deixa de ter apoio maioritário, já que PSD, CDS, PPM e Iniciativa Liberal sozinhos não conseguem aprovar documentos estratégicos como os Orçamentos regionais.

O diário avança que Ventura fez questão de se deslocar ao arquipélago, apesar da pandemia, para “avaliar o impacto que o acordo hostil entre o PSD e o CDS poderá ter naquela que é a atual solução governativa na região”.

“O PSD e o CDS não podem ostracizar o Chega quando bem entendem e depois recorrer a acordos connosco quando precisam”, disse André Ventura, em declarações ao Observador. “O Chega merece ser tratado com todo o respeito que um partido político com assento parlamentar merece.”

Os deputados do Chega Açores aguardam pela reunião com o líder do partido para perceber que ideias traz para resolver o assunto: pôr fim ao acordo, que pode ter consequências graves na situação política nos Açores, ou mantê-lo apesar de se referir ao entendimento entre PSD e CDS como uma espécie de facada nas costas.

Há três meses, quando o acordo dos Açores foi assinado, Ventura classificou-o como uma “grande vitória, histórica” e congratulou-se com o facto de ter inscrito no entendimento a redução “significativa da subsidiodependência na região”, a criação de “um gabinete regional de luta contra a corrupção” e a redução do número de deputados regionais.

Agora, o líder do Chega refere que a decisão tomada pelo PSD e pelo CDS “só vai prejudicar a intenção de agregar a direita e de formar uma alternativa”.

“[Esta decisão] altera o cenário político-partidário em que estamos. Ora, se um partido como o Chega tem uma base nos Açores de apoio ao PSD, não podemos ter um outro raciocínio a funcionar aqui ou noutras eleições”, disse.

Liliana Malainho, ZAP //

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