O governo britânico vai publicar esta quinta-feira mais um lote de notas técnicas destinadas a informar as empresas e os cidadãos sobre os passos que deverão tomar no caso de o Reino Unido deixar a União Europeia sem um acordo.
Os documentos serão divulgados à tarde, após um conselho de ministros para analisar os preparativos do governo para a eventualidade de as negociações com os 27 restantes países da UE não chegarem a um consenso.
“Como faltam seis meses para o Reino Unido deixar a União Europeia, estamos a intensificar os nossos preparativos para um “não acordo “, para que o Reino Unido possa continuar a prosperar, independentemente do resultado das negociações”, justificou o ministro do Brexit, Dominic Raab, num comunicado.
As notas técnicas dão conselhos e orientações sobre questões como tarifas de roaming de telemóvel, normas ambientais e normas relativas a automóveis. Dominic Raab considera que esta é “abordagem sensata e pragmática” para o país se preparar para todos os tipos de cenários.
Na altura da publicação das primeiras 25 notas técnicas, em agosto, o Governo manifestou-se disposto a “tomar medidas unilaterais para manter a maior continuidade possível a curto prazo em caso de ausência de acordo e mesmo que a União Europeia não o faça do seu lado”.
Raab reiterou o empenho de Londres para um acordo a tempo da saída da União Europeia, a 29 de Março, que considera “o resultado mais provável”.
Porém, o governo de Theresa May tem enfrentado a oposição de Bruxelas às suas propostas e também de vários deputados do próprio partido Conservador, incluindo de ex-ministros como Boris Johnson, David Davis e Ian Duncan Smith.
O antigo chefe da diplomacia britânica Boris Johnson criticou a política da primeira-ministra sobre o Brexit, considerando que a Grã-Bretanha vai ficar numa posição enfraquecida. “Vamos para a batalha a acenar com a bandeira branca“, referiu Boris Johnson, acrescentando que a vitória da União Europeia é “inevitável”.
Estes opõem-se às propostas de May para a criação uma área de comércio livre de bens entre o Reino Unido e UE que facilite trocas comerciais sem atrito entre as fronteiras britânicas e do resto da Europa, nomeadamente entre a República da Irlanda e Irlanda do Norte, por entenderem que vai limitar as negociações de acordos com outros países.
// Lusa