Governo britânico anuncia fim das restrições contra a covid-19

Andy Rain / EPA

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, apresentou esta segunda-feira o plano do Governo para “conviver com a covid-19”. As restrições de combate à pandemia chegam ao fim no país.

O plano apresentado esta segunda-feira, na Câmara dos Comuns, visa levantar as restrições no país.

“Não precisamos de leis para obrigar as pessoas a serem atenciosas com os outros. Podemos confiar nesse sentido de responsabilidade de uns para com os outros, fornecendo recomendações práticas sabendo que as pessoas as seguirão para evitar infetar entes queridos e outros”, disse Boris Johnson no início da intervenção.

Entre as medidas anunciadas, está o fim do isolamento profilático das pessoas infetadas com covid-19, já a partir de quinta-feira, e o fim dos auto testes antigénio gratuitos a 1 de abril, cujo custo ascendeu a 2.000 milhões de libras (2.400 milhões de euros) em janeiro.

As medidas deveriam caducar dentro de um mês, a 24 de março, mas o Executivo britânico decidiu antecipar a data e avançar com o que apelidou de estratégia “aprender a viver com a covid”, substituindo a intervenção do Governo pela responsabilidade pessoal individual.

Assim, as pessoas vão continuar a ser aconselhadas a testarem e a cumprirem auto-isolamento, bem como a usar máscaras em espaços fechados ou com muitas pessoas, de forma opcional.

Porém, o líder do Partido Trabalhista, a principal força da oposição, Keir Starmer, criticou Johnson por acabar com os testes gratuitos e outras medidas, pedindo mais dados que fundamentaram esta estratégia.

“Quando se está a ganhar 2-1 a 10 minutos do final [do jogo], não se deve substituir um de seus melhores defesas”, afirmou, usando uma metáfora futebolística.

O Executivo britânico reconhece que a pandemia não terminou, e que continua a existir incerteza sobre o que vai acontecer, pelo que mantém uma “abordagem cautelosa” à medida que o Reino Unido aprende a viver com a covid.

Alguns sistemas de vigilância e planos de contingência continuarão, para responder ao aparecimento de novas variantes do vírus, mas o pilar principal do combate à covid-19 vai ser o programa de vacinação, medicamentos antivirais e a imunidade da população.

Para o chefe do Governo, este é um “momento de orgulho”, pois o Reino Unido é um dos primeiros países a remover as medidas de contenção introduzidas há dois anos, colocando-o “um passo mais perto do regresso à normalidade”.

Porém, o tom triunfante do anúncio está a ser ensombrado pela notícia de que a Rainha Isabel II, de 95 aos, testou positivo, evidenciando a vulnerabilidade que muitas pessoas continuam a ter perante a doença.

Ainda assim, o Palácio de Buckingham reiterou que a monarca tem apenas “sintomas ligeiros tipo gripe” e que pretende desempenhar algumas das suas “tarefas ligeiras” esta semana.

Tendo em atenção o risco agravado dos mais idosos, o Governo também anunciou que, a partir da primavera, pessoas com mais de 75 anos, residentes em lares e imunocomprometidas com mais de 12 anos poderão receber uma quarta dose.

O plano aplica-se apenas a Inglaterra, pois Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte decidem as próprias regras em matéria de saúde.

ZAP // Lusa

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