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Todos os alunos vão a exame, com ou sem avaliação interna. Fenprof diz que é ilegal

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O Ministério da Educação informou as escolas que todos os alunos vão fazer os exames nacionais, mesmo que ainda não lhes estejam atribuídas as notas da avaliação interna. Fenprof diz que as orientações deixadas às escolas são ilegais. 

“Na eventualidade de haver alunos cujas avaliações internas não tenham sido ainda formalmente atribuídas à data em que os exames ou outras provas nacionais se realizam, garante-se que estes alunos serão condicionalmente admitidos aos mesmos”, lê-se no comunicado do Ministério da Educação.

A tutela garante ainda que “o processo de matrículas para o ano letivo 2018-2019 não sofrerá alterações, mantendo-se o calendário que resulta do despacho das matrículas” e que “acompanha de perto este processo, de modo a assegurar o direito dos alunos à avaliação e à realização das suas provas com a desejável tranquilidade”.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira, considerou “inaceitável” o conteúdo da nota informativa enviada pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares às escolas e disse que esta irá merecer queixas às entidades competentes.

“Posso dizer que essa nota está já em apreciação nos nossos advogados, essa nota irá merecer uma queixa na Inspeção-Geral de Educação e Ciência, amanhã mesmo já será concretizada, mas também junto do Ministério Público”, explicou

E no plano político iremos enviar a nossa posição para todos os grupos parlamentares, porque o que está aqui a ser feito é ilegal“, disse o líder sindical.

Mário Nogueira disse ainda que “é absolutamente inaceitável que um Governo que diz que respeita as regras do Estado de direito democrático esteja a violá-las”, que os sindicatos não vão “de forma alguma pactuar” e que a nota informativa “mostra que o Governo está a ver chegar o dia 18 [primeiro dia da greve às avaliações também convocada pela Fenprof] e sabe que as escolas vão todas parar”.

Os sindicatos dos professores decretaram greve às avaliações de fim de ano do ensino básico e secundário, sendo que atualmente só está em curso a paralisação convocada pelo Sindicato de Todos os Professores.

A greve vai decorrer até 15 de junho e incide nos conselhos de turma dos alunos em ano de provas finais e exames nacionais, pondo em causa a divulgação das avaliações internas atribuídas pelos docentes das turmas a tempo destas provas.

ZAP // Lusa

25 Comments

  1. Muito bem, só tem medo das provas, quem realmente não sabe da matéria!
    E, tal como todos os dias são noticia dos nossos jornais, acabar de vez com os doutores faz de conta!
    Precisamos de pessoas bem formadas.

    • Medo?
      Felizmente o país não se mede pela tua bitola e se tu tivesses, pelo menos, lido a notícia, certamente que não serias tão “incompetente” a comentar!…

    • Caro ML, nem sempre o que parece é. «O estudo abaixo» mostra várias leituras. Leituras feitas com um determinado propósito. Pretende servir-se de dados que sejam favoráveis ao próprio Governo, mas não fala da realidade que atinge muitos milhares de professores. Pelo contrário, leva os leitores a fazerem comentários como o seu.
      Compara os salários dos nossos professores com os de outros países, como a França, por exemplo. Mas não diz que em França os alunos do 1º ao 9º ano passam sempre, ou seja, não reprovam. E isto quer dizer
      alguma coisa.
      O ML diz: «E ainda querem mais, quando os restantes trabalhadores estão nos mais mal pagos.» Não sabe é que há muitos trabalhadores do sector privado, com o antigo Ensino Primário ou com o Ciclo Preparatório, com salários iguais e nalguns casos superiores ao de milhares de professores. E não compare o esforço dos profissionais de cada sector.
      Provavelmente o ML ficaria mais satisfeito se um professor auferisse um salário igual ao de trabalhador indiferenciado de qualquer ramo da construção civil ou de qualquer outra actividade corrente neste país.
      Em vez disso, por que não barafusta para que o salário mínimo seja dignamente aumentado?
      Os professores ganham muito, diz o Governo e diz o ML. Acha que com 15 ou 20 anos de trabalho, levarem para casa ao fim de cada mês 1 300 euros é muito? Isso passa-se com milhares e milhares de profissionais.
      O salário a auferir no topo da carreira é bom, lá isso é. Mas ele decorre de um estratagema criado pelo próprio Estado para poupar dinheiro. Que interessa um bom salário no fim da vida activa, muitas vezes já com os pés prà cova?
      Era mais justo um salário condigno, de acordo com a responsabilidade inerente à actividade, durante todo o tempo de serviço, do que pagar mal a maior parte desse tempo e depois prendar essa classe profissional com um topo de carreira bem pago.

      • Engana-se , não estou a falar de quem tem o Ensino Primário ou o Ciclo Preparatório, mas sim de quem tem Licenciaturas e que tem de ser avaliado anualmente e ter formações anuais para essa avaliação. Para levar para casa 1 300€ tem de ter um vencimento bruto de pelo menos 2 000€ ( SS-IRS) e a Entidade Patronal ainda terá de pagar 475€ para a SS. Portanto para as empresas é um custo de pelo menos 2 475€, sem contar com todas as outras despesas (Seguros Ac Trabalho-Hig e Seg, etc.)
        Diga-me quantas Empresas em Portugal, pagam esses valores aos seus trabalhadores e estou a falar em Licenciados, com vários anos de trabalho, muita experiência e sem poderem fazer as greves que o sector publico faz, pois estão sujeitos a ser dispensados (despedidos) o que não acontece no sector publico.
        E quero dizer-lhe que também “barafusto” com o salário mínimo, ao contrário do que diz. E tenho a certeza que barafustei mais que a maioria dos professores, por muitas causas quando ainda era muito complicado fazê-lo. Não como agora que é fácil….para o sector publico.

      • Caro ML, pelos vistos o meu comentário de nada serviu. Quem ler a sua réplica certamente que não o entenderá, como acontece comigo. Afinal o ML escreve como trabalhador por conta de outrem ou como empresário? É que parece estar, sobretudo, com pena do patronato. Claro que isso é consigo. Também eu me ponho, por vezes, do lado dos patrões. Sei bem que para muitas PMEs a vida não está fácil. Mas a culpa não é dos professores. Ou acha que é?
        Ao lê-lo, fica-se com a impressão de que o ML faz alguma confusão. Mistura as coisas. Não acredito, mas até parece sentir satisfação por haver empresas que pagam baixos salários aos seus funcionários licenciados. Não acredito, repito, a não ser que seja empresário. Mas seja patrão ou empregado, fique sabendo, mas não se arrelie por isso, que também há funcionários licenciados no sector privado que auferem vencimentos equivalentes a QUATRO VEZES o salário de milhares de professores a meio da sua carreira.
        E já agora que me refiro de novo a salários, aqui deixo outros dados a juntar aos nºs que indiquei no comentário anterior. Os milhares de profissionais que levam para casa, em cada mês, cerca de 1 300 euros, não ganham 2 000 ou mais, brutos, como o ML opinou. Ganham, sim, pouco mais de 1 700. Mas há cerca de outros tantos, com o mesmo tempo de serviço – 15 a 20 anos – que só recebem, limpos, pouco mais de 1 100 euros, lá deixando, como todos os outros, o correspondente imposto de IRS, os 11% para a pensão, os 3,5% para a sua assistência na saúde-ADSE. Sim, porque até a assistência na doença, os professores, como os restantes funcionários públicos, a pagam por inteiro. O Estado não põe lá um cêntimo, ao contrário do que faz para o resto da população, através do S. N. S.
        São aquelas chiscas de dinheiro que milhares e milhares de professores têm em cada mês para se governarem, com dificuldades de sobra, sem meios para comprar os livros de que precisam, sim porque eles compram livros, não pararam quando concluíram a licenciatura. A profissão que abraçaram obriga-os a não parar de estudar, sobretudo em áreas afins às que leccionam. E ainda por cima, têm de dispor de computador, papel, tinteiros seus, para trabalharem em casa, somando horas e horas às que por lei lhes são atribuídas, para em cada semana trabalharem não 35, mas 40, 50 ou mais horas. E quantos, se não tiverem a ajuda dos pais, nem as necessária férias passam fora de casa.
        O País não está bem, sabemos disso. E os professores também sabem. Mas não foram eles que o puseram assim. De resto têm consciência de que não podem ter tudo resolvido do pé prá mão. Mas também têm o direito de não serem enxovalhados, maltratados, gozados por quem representa a direcção do Estado. O Ensino está mal. Os problemas são muitos. Mas quem criou toda esta situação foram os sucessivos governos a partir do de Cavaco Silva.

      • Engana-se sou “trabalhadora” por conta de outrém desde os 17 anos
        Fui trabalhadora estudante. Sacrifiquei-me muito para tirar o curso. Sei do que falo Lutei muito antes e depois do 25 de Abril O Sr. é que está a misturar tudo

      • Cara ML, apercebo-me agora de que é uma senhora. Foi trabalhadora estudante. Louvo-a por isso. Imagino o sacrifico que fez, porque comigo passou-se a mesma coisa.
        Duvido é que a nossa experiência de vida seja parecida. Com 60 anos de trabalho, quase todo esse tempo por conta de outrem, incluindo 37 em funções públicas (Ministério da Saúde e Assistência e Ministério da Educação), tenho uma visão do mundo relativamente consciente. Ciente do que digo nas minhas abordagens, procuro não confundir ninguém quando falo ou escrevo.
        Quanto a «misturar tudo», quem tiver a paciência de nos ler que decida qual de nós o fez.
        Como lutou… «muito antes do 25 de Abril…», presumo que a sua idade deva andar próxima da minha. Acho que já não é altura de nos acicatarmos com irreverência. Precisamos é de saúde e de paz.
        Um passar bem.

    • Mas os geringonços da esquerda radical é que têm culpa. No Parlamento linguarejam e simulam oposição ao governo e depois concordam com tudo. É uma paródia e o cúmulo da hipocrisia ! Se tivessem to..tes diziam “ou aprovas isto ou deito-te abaixo”. Mas o problema é que eles sentem-se felizes por pertencer à geringonçada e querem continuar nela, mesmo que Costa apenas lhes pague uns rebuçados de vez em quando.

    • Quando vão a exames? Porquê? Que quer dizer com isso? Que sabe o Nogueirices do conhecimento, da capacidade e da competência dos professores?
      Se algo está mal no ensino, não culpe os professores. Culpe o Ministério da Educação e os vários governos que, desde o de Cavaco e Silva não mais pararam de dar cabo do Ensino.
      E porquê? Porque aos políticos e ao poder económico não interessa que o povo cresça, seja educado, saiba o chão que pisa. Ao contrário do que todos dizem, todos os poderes se governam melhor com um povo manso e ignorante, que se contenta com manifestações, greves e comentários de bancada.

  2. Sou Professor Contratado (daqueles que vão apanhando as sobras dos outros, quando as há!)
    Este ano, estou no Ensino Superior, portanto, a situação passa-me um pouco ao lado.
    No ano passado, todavia, quando o Dr. Nogueira se lembrou de convocar greve para a época dos exames, houve um colega, numa das três escolas em que leccionava – e que ficava a 110km de minha casa (110km ida+110km volta) que exerceu o seu inalienável direito à greve.
    Como havia sido requisitado, esteve nos exames na parte da manhã. Mas faltou às reuniões de Conselho de Turma da parte da tarde. As reuniões de Conselho de Turma não podem realizar-se (excepto no caso de internamento, ou falecimento) caso falte algum docente.
    Claro que, estando em três escolas, situação partilhada por alguns outros colegas, a articulação necessária à marcação de uma nova reunião de Conselho de Turma foi uma paródia. A dita reunião acabou por aconteceu mais de três semanas depois da data devida, já em plena época de matrículas.
    Em suma:
    eu fui prejudicado porque fiz (duas vezes) 110+110km (a reunião acabou por ser cancelada duas vezes, porque os dias de greve foram vários);
    os alunos foram prejudicados tendo-lhes sido causada ansiedade desnecessária (afinal estiveram 3 semanas à espera das notas e do veredicto se passavam, ou melhor, se transitavam – é importante sermos precisos nestas coisas -, ou não);
    a vida dos pais e das famílias foi prejudicada (férias e afins);

    Culpados? Não serei eu, seguramente. Ou sequer os colegas grevistas (que se limitaram a exercer o seu direito inalienável e constitucional à greve). Muito menos os pais dos alunos e os alunos. O Ministério, queiramos ou não, gostemos ou não (eu preferia estar no quadro – preferencialmente do superior uma vez que até tenho habilitações para tal, mas já me contentava no EBS, preferia ter um vencimento de 2 ou 3 mil, etc…), não pode aumentar salários. Por mais que nos atirem a todos areia aos olhos, simplesmente, NÃO HÁ DINHEIRO!

    O Dr. Nogueira, excelso professor primário que há dezenas de anos não contacta com um aluno que seja, deveria preocupar-se em garantir condições para ensinarmos, programas que sejam possíveis de cumprir, lutar pela diminuição do trabalho burocrático e inútil, garantir que podemos exercer a nossa profissão com dignidade, com competência, com motivação e, já agora, deveria estar especialmente empenhado em garantir que apenas os melhores podem ensinar. Mas isso é pedir muito…

  3. Desculpem-me, no meio do discurso inflamado, esqueci-me do essencial. O motivo que me levou a comentar:
    Ó Sr. Dr. Nogueira, o que é mais importante? Uma questão formal que pode ser sanada a todo o tempo, ou os interesses doas alunos?
    Pois é, desta vez o Ministério passou-lhe uma rasteira. É chato quando nos tiram o tapete, não é?

    • O Nogueira tem de ir dar aulas para poder compreender melhor a realidade que o sustenta enquanto sindicalista.

  4. Só me resta aferir que nenhum dos comentaristas estudava a sério para ter boas notas, médias acima de 17.
    Se soubesse e tivesses estudos suficientes saberia que o rendimento diminui com o stress.

  5. Independentemente da razão , usar os mais fracos como escudo é vergonhoso!!!! Deixar os alunos num estado de ansiedade perante a incógnita de se vão ou não fazer exames( por sinal , exames que eles professores , se acharam incapazes de fazer) Parabéns ao ME que pela primeira vez teve a coragem de dizer a esses senhores, que se acham , nem eu sei bem porquê, uns supra sumos, BASTA!!!!

    • Por acaso diz o mesmo dos médicos ou dos enfermeiros? Qual seria a forma de protesto que sugere? Não lecionar? Faltar às aulas? Não corrigir testes e trabalhos? Eu não dou palpites sobre o que não sei. Para bom entendedor meia palavra basta. Acrescento só que qualquer aluno faz autoavaliaçao com as ponderações de cada classificação obtida. Qual é a ansiedade que se fala? Só se for a dificuldade do exame…

    • Pois, pois, se calhar a Ana Isabel é empresária, pagando salários mínimos e enriquecendo à custa de quem trabalha para si. Troque de posição e não tardará nada a tentar tornar-se sindicalista.

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