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Governo reforça almofada de segurança com medo da economia em 2019

Forte abrandamento dos principais parceiros económicos de Portugal, Brexit, guerras comerciais e turbulências nos mercados são alguns dos perigos que estão à espreita em 2019.

A pensar nisso, o governo decidiu reforçar o nível de depósitos – a chamada almofada de liquidez. É uma forma de conseguir aguentar choques mais violentos e imprevistos, caso aconteçam. De acordo com dados do IGCP, que gere a dívida pública, nas últimas semanas de 2018 o governo decidiu aumentar a almofada de segurança orçamental.

O valor previsto para os depósitos do Estado no final de 2018, segundo avança o Diário de Notícias, era de 7,9 mil milhões de euros, mas, numa comunicação feita aos investidores, a agência presidida por Cristina Casalinho informa que terminou o ano passado com um pé-de-meia 18% superior, no valor de 9,3 mil milhões de euros.

Este valor mais elevado, mesmo já depois de se ter saldado tudo o que faltava pagar ao Fundo Monetário Internacional (FMI), foi alcançado porque a República conseguiu ir ao mercado buscar dinheiro suficiente e, assim, usou menos dinheiro dos depósitos do que previa inicialmente. O objetivo era usar 1,9 mil milhões de euros, mas afinal só foi necessário consumir 500 milhões da tal almofada.

Mais dinheiro nos cofres no final de 2018 permite começar 2019 com uma folga maior. O novo objetivo é chegar ao fim do novo ano orçamental com 9,2 mil milhões de euros em depósitos do Estado. Atualmente, o governo só prevê usar cem milhões dessa folga.

Há um mês, a referida almofada era mais pequena: 24% inferior, com base nos números oficiais que o IGCP apresentou aos investidores na passada segunda-feira.

A estratégia de manter os níveis dos depósitos relativamente elevados é algo que já vem do tempo da troika. Na altura, serviu do programa de ajustamento para que o país mostrasse aos “investidores externos” que tinha autonomia suficiente, caso ficasse sujeito a condições de mercado que não fossem ideais ou pelo menos aceitáveis.

Além disso, tem a função de sinalizar que a República possui autonomia financeira, caso aconteçam choques que compliquem as condições dos leilões de dívida planeados.

Esta medida vem prevenir alguns choques que podem acontecer em 2019, uma vez que os riscos parecem ter aumentado de forma dramática nos últimos meses.

O enredo do Brexit está cada vez mais complicado e as guerras comerciais (sobretudo entre os EUA e a China) começam a dar sinais de vida. A economia europeia está a abrandar, estando atualmente no seu pior momento dos últimos cinco anos.

ZAP //

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