“Semáforo apagado”: o chanceler Olaf Scholz demitiu o ministro das Finanças, novas eleições devem realizar-se em Março.
Coligação desfeita na Alemanha, o Governo deve cair.
Nesta quarta-feira chanceler alemão, Olaf Scholz, demitiu o ministro das Finanças, Christian Lindner – que também é líder do FDP, o partido liberal que integra (ou integrava) a coligação que forma o governo.
Scholz justificou esta demissão de um dos membros mais importantes do Governo porque, alega, Lindner “quebrou” a sua confiança com “muita frequência”.
Em conferência de imprensa, Olaf Scholz revelou ainda que vai sujeitar a votação uma moção de confiança no parlamento alemão, a 15 de janeiro de 2025. Até ao Natal, e com o fim da coligação “semáforo”, o chanceler alemão quer levar a votação todas as leis que não podem ser adiadas.
Scholz adianta ainda que vai tentar “dialogar” com o líder da oposição, Friedrich Merz, da União Democrata-cristã (CDU), “muito rapidamente” – entretanto já ficou marcada uma reunião para as 12h30 desta quinta-feira.
Lindner terá proposto novas eleições durante a reunião na chancelaria. De acordo com o jornal Handelsblatt, que fala em “semáforo apagado” – a coligação do Governo alemã é conhecida por “semáforo” – deve haver eleições em março de 2025.
Segundo o líder dos liberais, as conversações dos últimos dias em torno da aprovação do orçamento e das divergências económicas entre os três partidos mostraram que não existe uma base comum suficiente.
Aos jornalistas, Olaf Scholz acusou Lindner de ter como único interesse a política de clientelismo e a sobrevivência a curto prazo do seu próprio partido.
“Um tal egoísmo é incompreensível. Já não há confiança em trabalhar com Lidner (…) Não quero que o nosso país passe por este tipo de comportamento”, sublinhando que “gostaria de ter poupado” o país a esta “decisão difícil”, especialmente em tempos difíceis.
Depois da vitória de Donald Trump nas eleições nos EUA, Christian Lidner sublinhou que uma viragem económica se tornou ainda mais urgente. O até aqui ministro das Finanças estaria disposto a adotar o orçamento suplementar para 2024 e a apoiar um governo de gestão até à entrada em funções de um novo executivo.
Jorg Kukies, conselheiro próximo do chanceler Olaf Scholz, é o novo ministro das Finanças alemão, disse à Agência France Presse fonte governamental de Berlim.
Volker Wissing, ministro dos transportes, “vira-se” contra o líder do FDP e contra o próprio partido: mantém-se no governo a pedido de Scholz e quer deixar o FDP – não quer ser um “fardo” para os liberais.
Divergências prolongadas
A coligação, que estava no poder há quase três anos, tem enfrentado dificuldades praticamente desde o início, já que muitas das posições que defendem os seus partidos são opostas. Enquanto o SPD e os Verdes apoiam uma forte atuação do estado, com a emissão de dívida para financiar políticas públicas, caso seja necessário, o FDP tem uma visão contrária.
As divergências, sobretudo nas políticas económica e orçamental, ficaram mais expostas há um ano, quando o Tribunal Federal Constitucional reprovou a decisão do executivo de realocar verbas destinadas a atenuar as consequências da pandemia de covid-19. Sem essas verbas, o executivo alemão ficou com um buraco de 60 mil milhões de euros no orçamento. A forma de o combater não gerou consensos.
Lidner defendeu uma ampla redução de impostos para as empresas, por exemplo, e a redução de metas de proteção climática que considera demasiado ambiciosas. Ideias completamente rejeitadas por Robert Habeck, dos Verdes, ministro da Economia e vice-chanceler.
Os partidos que formam a coligação têm ao longo dos últimos três anos, perdido popularidade, atingindo os níveis de votação mais baixos de sempre em várias eleições regionais e sondagens.
ZAP // Lusa
A confirmar-se será uma boa notícia não só para a Alemanha e os Alemães mas também para Portugal e os Portugueses, assim como os restantes Países Europeus, e caso se venha a confirmar o Partido Alternativa para a Alemanha («AfD») poderá vir a ser Governo dando assim início ao tão desejado colapso da união europeia (ue) com a saída da Alemanha deste projecto político Anglo-Saxónico.