Gouveia e Melo alerta para tema “urgente” de campanha a Belém (mas candidatura “logo se vê”)

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Mário Cruz / Lusa

Henrique Gouveia e Melo.

Almirante agradeceu aos portugueses pela “simpatia” e alertou para a ameaça russa e possibilidade de a soberania que Portugal tem sobre algumas zonas marítimas ficar comprometida se o sistema internacional colapsar.

O almirante Henrique Gouveia e Melo defendeu esta sexta-feira que o investimento em Defesa no país e na Europa deve ser um tema da campanha das eleições presidenciais de janeiro de 2026, continuando, no entanto, sem esclarecer se será ou não candidato.

O antigo chefe do Estado-Maior da Armada e nome muito falado para uma potencial candidatura à Presidência da República interrogado pelo Expresso sobre se desde que passou à reserva, no passado dia 27 de dezembro, está mais perto de uma eventual candidatura, respondeu: “desde que passei à reserva estou mais perto de tirar umas merecidas férias e depois logo se vê”.

“Tive anos muito intensos, três anos a comandar a Marinha, o ano anterior relacionado com a pandemia [covid-19], e portanto acho que mereço umas férias pelo menos durante uns tempos”, acrescentou.

“Agradeço aos portugueses a simpatia”

Na primeira vez em público depois de deixar a vida militar, e à civil, Gouveia e Melo rejeitou que os resultados das sondagens que o dão como favorito na corrida presidencial representem um fator de maior pressão para tomar uma decisão.

“Encaro as sondagens, o que elas significam, agradeço aos portugueses a simpatia que manifestam muitas vezes até na rua e a confiança que têm em mim e para mim é só isso”.

“Urgente” debater Defesa na campanha

Sobre a defesa militar de Portugal e da Europa no contexto internacional, Gouveia e Melo considerou “urgente e necessário” debater o assunto na campanha para as presidenciais, considerando que o país não se pode alhear de um problema que “pode afetar” não só a segurança mas também a prosperidade.

Gouveia e Melo afirmou que a Rússia tenta “mudar regimes [europeus] que são democráticos e convertê-los em regimes protodemocráticos, para não chamar outra coisa” e alertou que a liberdade, a prosperidade e a segurança da Europa estão em risco.

“O que é que nós vamos fazer? Vamos fingir que o problema não existe? Não discutimos? Fechamos os olhos?”, questionou.

“Que interessa ter despesas se não tivermos país?”

O almirante defendeu que no contexto atual as leis internacionais “estão em causa” e a soberania que Portugal tem sobre algumas zonas marítimas pode ficar comprometida se esse sistema internacional colapsar.

Depois de esta semana o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ter defendido que a contribuição dos Estados-membros da NATO deveria corresponder a 5% dos respetivos produtos internos brutos (PIB), mais do dobro dos atuais 2% estabelecidos pela Aliança Atlântica, Gouveia e Melo foi interrogado sobre se este investimento pode significar cortes em políticas sociais.

Gouveia e Melo admitiu que, “de alguma forma, vai haver alguma afetação nas despesas sociais” com um maior investimento em Defesa. “Mas o que interessa também ter despesas sociais se não tivermos país? Ou se tivermos que obedecer a uma autoridade exterior, ainda por cima, ditatorial? Portanto, isto é um conjunto de pesos e contrapesos que temos que medir”, afirmou.

O Almirante Gouveia e Melo continua a ser o favorito nas sondagens sobre os possíveis candidatos à Presidência da República em 2026.

Na mais recente sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI, a CNN Portugal e o Jornal de Notícias, que avalia as preferências dos portuguesas para as eleições presidenciais de 2026, o almirante surge na frente, empatado com António Guterres.

Tanto o militar como o atual secretário-geral da ONU recolhem 28% das preferências dos inquiridos que dizem que votariam “de certeza” num deles.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. não percebo a histeria propagandista acerca deste candidato.
    É só por ser “Militar” que tem relevancia? Será que o Povo gosta de Ditaduras Militares, como na China, Russia, Coreia?
    É isso?
    Na minha opinião, o candidato é um “Pobre em espirito”.

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