A GNR está a investigar como é que uma publicação do Movimento Zero no Facebook apareceu como sendo “patrocinada” pela força de segurança. Admite-se “um cenário de pirataria” ou de “abuso” da página da GNR naquela rede social.
Em causa está uma publicação divulgada, em Julho passado, pelo Movimento Zero, um grupo criado no Facebook por agentes da PSP e militares da GNR que é visto como próximo de partidos de extrema-direita.
O post surgiu como sendo “financiado” pela página do Facebook da GNR, com a indicação de que a “GNR – Guarda Nacional Republicana deu uma recompensa a Movimento Zero por partilhar esta publicação”, como cita o Expresso.
Actualmente, a publicação já não inclui a referência a qualquer “patrocínio”.
Fonte do Gabinete de Relações Públicas da GNR salienta ao Expresso que a força de autoridade ficou “surpreendida com o facto” e que promoveu “a retirada do patrocínio”. Agora, está a investigar como é que isto aconteceu.
“Não descartamos um cenário de pirataria. Houve um abuso sobre a nossa página do Facebook. Não há patrocínio nenhum. Admitimos todos os cenários. Se for o caso, agiremos criminalmente”, afiança o porta-voz da GNR, José Fonseca, em declarações ao mesmo semanário.
Na publicação, o Movimento Zero (M0) critica um artigo de opinião publicado no Expresso pela cronista e advogada Carmo Afonso. Intitulado “A balada da Amadora, a de Alfragide, a de Sines, a de Carcavelos”, o texto fala de violência policial, racismo e uso abusivo de armas.
O Movimento Zero repudia o que define como “a manifesta repulsa pelas forças de segurança”, considerando que “a verdadeira intenção do artigo é instrumentalizar contra as forças de segurança”.
A publicação ainda frisa que “criticar, enxovalhar, desrespeitar ou desconsiderar os polícias não são apenas actos de assumidos delinquentes“, mas que também são “vulgarmente cometidos por certas personalidades letradas”.