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Gillette apara “masculinidade tóxica” em novo anúncio e é arrasada nas redes sociais

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O novo anúncio da Gillette, divulgado este domingo nas plataformas internacionais, nada tem a ver com barbear. Em vez disso, é uma crítica aos comportamentos machistas.

A Gillette aproveitou o seu slogan de sempre para fazer uma provocação: Is this the best a man can get? (“É isto o melhor que um homem consegue?“), questiona a marca num anúncio publicitário, divulgado a 13 de janeiro, que está a causar grandes e variadas reações nas redes sociais.

Bullying. Assédio sexual. Masculinidade tóxica.” O anúncio aproveita trechos de notícias sobre o movimento #MeToo, imagens de sexismo em filmes e em salas de reuniões e violência entre rapazes e, em voz off, questiona: “É isto o melhor que um homem pode conseguir?”

Com esta campanha, a marca de produtos essencialmente masculinos deixa para trás o seu slogan e alia-se a causas sociais, à semelhança de outras, como a Nike. O objetivo é refletir sobre os padrões de comportamento masculinos “presos entre o passado e uma nova era de masculinidade”.

No seu site, a marca assume ter “a responsabilidade de garantir que promove versões positivas, atingíveis, inclusivas e saudáveis ​​do que significa ser um homem”.

“A partir de hoje, comprometemo-nos a desafiar ativamente os estereótipos e as expectativas do que significa ser um homem”, assegura. O compromisso promete ser transversal a todos os canais de comunicação e ações da marca e não se fica pelas intenções.

A Gillette quer ir mais além e, por isso, promete doar um milhão de dólares, nos próximos três anos, a organizações sem fins lucrativos que ajudem “homens de todas as idades a alcançarem o melhor de si”.

A campanha foi abraçada por muitos. No entanto, apesar de ter sido considerada “necessária” por homens e mulheres, nem toda a gente ficou satisfeita com a nova campanha. Há, inclusivamente, quem encare este anúncio como uma “propaganda feminista” ou, até, como um “insulto para os homens“.

Os quase dois minutos de vídeo, que já angariaram mais de dez milhões de visualizações, fizeram com que milhares ameaçassem boicotar a Gillette. No próprio YouTube, os dislikes ultrapassam o likes, mostrando assim que muitos parecem ter sido negativamente surpreendidos pela marca.

De um lado, há utilizadores que afirmam que este vídeo é uma forma “de destruir a empresa num minuto e 49 segundos”, uma reação que contrasta com o agrado de alguns que elogiam a aposta numa mensagem  “forte” que “tenta fazer a diferença”.

As críticas estendem-se à realização. O facto de a campanha ter sido realizada por uma mulher, Kim Gehrig, da produtora britânica Somesuch & Co, também mereceu duros ataques nas redes sociais.

Um anúncio de barbear escrito por uma feminista de cabelo cor-de-rosa é quase tão eficaz quanto um anúncio de tampões escrito por homens de meia idade”, escreveu no Twitter o comentador político conservador canadiano Ezra Levant.

Se o objetivo era abanar consciências e despertar reações, o objetivo da Gillette foi, certamente, conseguido. Entre homens e mulheres, o anúncio parece ter agitado as águas, aparando a masculinidade tóxica pela raiz. E todos, com ou sem barba por fazer, têm uma opinião a dar.

LM, ZAP //

20 Comments

  1. “alia-se a causas sociais,” Só se a causa social for racismo. Meter 8 homens brancos como maus, e 1 negro como bom. É esta a esquerda nos Estados Unidos promovida em Portugal. Racista sempre a promover a divisão racial e sexista sempre a atacar os homens como se tivessem algo de muito mais errado que as mulheres

    • Não tem nada a ver com “esquerda”. Vá lá ler Marx a ver onde é que fala em racismos, pretos ou brancos… Essa estupidez de que agora sou os comunistas e os socialistas é que se preocupam em combater preconceitos raciais, é um insulto que a direita não merce.

      • MMQ Marx fala em luta de classes, toda a ideologia de esquerda deriva da ideia de haver grupos opressores e outros oprimidos toda a retórica da esquerda é sempre essa.
        E eu oiço em ingles o que se passa por lá estou bem informado isso que a Gillete fez o chamado “virtue signaling” não surpreendeu ninguém

      • Correcto Caro Joaquim, mas acho que este anuncio foi feito apenas para chocar lembre-se que não existe má publicidade foi como a Nike com o Kappernick. Também não percebo como o ZAP classifica o Erza Levant como comentador politico conservador quando ele é basicamente um colega deles por ser fundador do “jornal” RebelMedia que é um site de notícias conservadoras ou não interessa saber isso? Eu pessoalmente não aprecio muito, mas vejo alguns videos da empresa dele (desde que saiu a faith goldy perdi mais o interesse).

      • Incorrecto caro Joaquim. Não baralhe as coisas: Marx nunca falou de lutas entre raças nem de igualdades raciais. Marx falou de luta entre classes sociais. Tenho pena que você não consiga destinguir raças de classes sociais. Ou se calhar destingue, mas entende que o lugar de certas raças é em extractos sociais inferiores, sendo que para si raça e classe social acabem por ser indestinguíveis.

        A crítica ao racismo não é uma postura nem de esquerda nem de direita. É uma postura de gente bem formada e de caracter bem estruturado. O racismo é um preconceito de mentes inferiores, que infelizmente existem tanto à esquerda como à direita. Quando e se, associado à raça houver descriminação ou opressão social, então naturalmente a esquerda, ao contrário da direita, preocupa-se com o lado da injustiça social e não só com o da injustiça racial, pois esta última é preocupação das pessoas bem formadas, tanto à esquerda como à direita.

        Capicce?

      • Lamento as gralhas: “destingue” e “indestinguíveis”. A forma correcta é evidentemente “distingue” e “indistinguíveis”.

      • Miguel Queiroz muito obrigado por tentar deturpar o que escrevi, outra coisa não esperava de alguém de esquerda que gosta de Marx. O que escrevi foi que a ideologia de esquerda tem sempre no centro da mesma um grupo opressor e um oprimido, nunca disse que partindo daí não há várias versões da esquerda. Por exemplo fascismo posto em manifesto pelo tambem Marx lover Gentili em 1925, a serviço do socialista Mussolini, tentava motivar as pessoas pelo grupo nação contra o inimigo exterior, sendo que o outro socialista Hitler considerou que o inimigo da nação eram os judeus.
        A esquerda é motivada pela inveja, o que lhes interessa é que ninguém excepto a classe intelectual ou seja professores e politicos estejam acima da media, depois se todos forem pobres e subsidio-dependentes, vivem perfeitamente bem com isso desde que não haja “iniquidade”. O racismo só é promovido pela esquerda, só eles falam em “white supremacy”, “minority groups”, e por ai fora. Só racistas passam o tempo a pensar em raça, e os unicos a promover sem trégua conversas sobre raças é a esquerda nunca a direita

      • Isso é incorreto. Pessoalmente não partilho nenhuma ideia do Miguel Queiroz, esse comentador vermelho. Tem igualmente razão quando diz que ele deturpou o que referiu. Mas não tem qualquer razão quando cola o racismo à esquerda. O racismo sempre esteve muito ligado aos nacionalismos e estes são quase sempre têm a sua origem na extrema direita.

      • Pois… o nacional socialismo apareceu como resposta dos intelectuais de esquerda à não revolução das classes que Marx previu. Dai surgiu a ideia de motivar as pessoas através do nacionalismo. É normal o racismo vir da esquerda porque é a ideologia que gosta de agrupar as pessoas por grupos. Se for ao site do PNR às propostas são de esquerda. A defesa do protectionismo da economia nacional, contra a venda dos sectores estrategicos, que querem a regulamentacao dos mercados financeiros, pela solidariedade social, por um Estado forte. Pode haver algum palerma neo-nazi que ache que é de direita, mas depois vamos às ideias que defendem e são ideias de esquerda

      • Já ouviu a expressão “os extremos tocam-se”?
        Hitler e Estaline eram praticamente gémeos na forma como atuavam. Economia centralizada, total controlo dos agentes económicos,… Também temos de perceber que havia um enorme esforço de guerra que implicava necessariamente o controlo dos agentes produtivos.
        De igual modo também temos de compreender que há várias esquerdas e várias direitas. E as direitas nacionalistas não são liberais do ponto de vista económico. Não me lembro de nenhum caso.
        De resto, há uma direita conservadora que tem muito pouco ou nada de liberal, mesmo no domínio económico. Os nacionalistas tendem a ser centralizadores, quase planificadores, como resultado da vontade de proteger o valor nacional e em muitos casos geralmente associado ao esforço de guerra (mesmo que não haja guerra à vista).

        O racismo resulta quase sempre de uma resposta pobre a um problema complexo. A incapacidade de assimilar diferentes culturas e de com elas conviver. A resposta mais fácil é culpabilizar essas culturas de todo o mal que surja na sociedade. Muito embora a imigração seja necessária num país com perda populacional e envelhecimento.
        Repare no cenário em Portugal. Temos comunidades imigrantes que são um excelente exemplo de integração e de produtividade. Refiro-me em concreto à comunidade ucraniana. Infelizmente deixaram de vir para cá. Quase todos tinham bons níveis de formação e muitos chegaram bem longe. Conheço vários excelentes exemplos em diferentes áreas da sociedade e em diferentes regiões do país.

      • @Joaquim: Não sei se é a esquerda que é motivada pela inveja ou se é a direita que é motivada pelo egoismo. São formas de ver as coisas… Também se pode entender que a esquerda é motivada pela solidariedade/empatia, e a direita pela criatividade/empreendedorismo. Nem a esquerda nem a direita são boas ou más em si mesmas. As motivações das pessoas é que podem ser boas ou más, e tanto boas como más motivações, encontram na esquerda e na direita, formas de se exprimir.
        Quem se deixar consumir por sentimentos de inveja ou preguiça, encontra na esquerda boas desculpas para dar largas a tais sentimentos. Já quem se encontre dominado pela gula e pela avareza, encontra na direita excelentes pilares para fundamentar os seus sentimentos. do mesmo modo, podemos ser de esquerda ou de direita, por nobres sentimentos. Cada pessoa é diferente e para mim, o que importa não é se uma pessoa é de esquerda ou direita… Mas sim as motivações pessoais que as leva a ser de esquerda ou direita. Por esse motivo às vezes critico a esquerda e outras vezes, a direita. Ora, para quem a política é uma questão clubística, isto é incompreensível… Mas eu já estou habituado às reacções como do “Poi(a)s”..

        @Poi(a)s: Você, além de comuna ferrenho, gosta de abordar as questões de forma redutora, com frases feitas. Essa dos “extremos tocam-se”, ignora por completo o facto de que o autoritarismo é transversal ao eixo esquerda-direita, na chamada bússola ideológica. Há libertários à Direita (neo-liberais) e libertários à esquerda (anarquistas). Do mesmo modo, há autoritários à Direita (Franquismo, Salazarismo, Pinochet) e à esquerda (Leninismo, Stalinismo, Maoismo).
        Quanto ao racismo, não tem só a ver com a “incapacidade de assimilar diferentes culturas e de com elas conviver”… Tem também muito a ver com a tendência para exploração e aproveitamento dos mais fracos. Sempre que uma cultura se sobrepõe a outra (conquistas, colonialismos, guerras…) a primeira coisa que fazem é explorar a outra etnia, que tratam de considerar inferior. A escravatura é um exemplo de racismo, que não derivou de nenhuma incapacidade de assimilar culturas diferentes.

      • Pois… o Trump é da direita nacionalista. O próprio já disse “i am a nacionalist not a globalist”. E o Bolsonaro a mesma coisa é um nacionalista e é do PSL partido social liberal e tem por ministro das finanças um liberal. Acho que o Pois… tem ouvido jornalixo a mais em Portugal. Quando quiser saber algo a melhor fonte é a original ou seja ouvir em inglês. O racismo é fácil de explicar, no caso do Hitler foi motivado pelo mesmo da esquerda. Inveja. Os judeus eram o capital financeiro, o top 1%, e a raça foi uma desculpa para lhes roubar os bens como bom socialista que era. Antes da guerra qualquer judeu que quisesse sair podia desde que deixasse 90% da riqueza aos Nazis. Miguel Queiroz se a esquerda quisesse “solidariedade” deixava o dinheiro nos bolsos dos portugueses, em vez de passar o tempo a inventar taxas e taxinhas. 3 anos de socialismo foi só isso. O que verdadeiramente a esquerda quer em todo o lado é poder através do Estado. A direita é quem verdadeiramente se importa com as pessoas, porque lhes dá liberdade e não tem problemas em que acumulem riqueza. Todos querem ser diferentes o problema é que a direita deixa os da esquerda serem como querem, mas os da esquerda nao deixam os da direita em paz, seja em perseguir a sua riqueza, seja em perseguir a sua liberdade como seja recentemente dizerem que não se pode ter “discursos de ódio” e que a internet tem de ser “regulada” leia-se censurada

  2. O anúncio é tão patético como o conceito de “masculinidade tóxica”. Então e quando começam a aparecer anúncios sobre a femininidade tóxica? Sugiro como temas para o anúncio:

    1. Mulheres que maltratam as pessoas e depois desculpam-se com o síndrome pré-menstrual.

    2. Mulheres que agem de forma indefesa perante o perigo, na presença de homens.

    3. Mulheres que aceitam ou dão conselhos de falsas acusações de violação, como um mal necessário para destruir a carreira de alguém incómodo.

    4. Mulheres que usam a recusa de sexo por periodos prolongados com o pareceiro, para conseguir que ele lhe faça alguma vontade.

    5. Mulheres que quando querem sexo acham que um homem tem de estar sempre desejoso e disponível e que até têm sorte de alguma vez as mulheres lhes darem sexo.

    6. Mulheres que agridem homens fisicamente sabendo que é altamente improvável que isso alguma vez tenha consequências legais para elas.

    7. Mulheres que mentem sobre estar grávidas ou sobre terem deixado de tomar a pílula, só para ver como o companheiro responde.

    8. Mulheres que não hesitam em acusar falsamente um ex-marido de ter sido violento ou abusador, só para ficarem com a guarda dos filhos.

    A lista poderia continuar mas, fiquemos por aqui e lancemos o repto… Para quando um anúncio publicitário a falar sobre estas e outras formas de toxicidade feminina? Ou será que não vale a pena? Ou será que só os homens é que são tóxicos e as mulheres são perfeitas, façam a merd@ que fizerem?

  3. Isto faz-me lembrar o que se segue e que escrevi há cerca de 5 anos!

    O que será pior?
    Um dia, alguém postou isto no Facebook!
    “Enquanto os homens contam aventuras que nunca tiveram, as mulheres têm aventuras que nunca contaram”.

    Eu comentei desta forma!

    Se é verdade que existem muitos homens (casados ou em união-de-facto) que se vangloriam desenvergonhadamente, inventando terem tido romances que só existem na imaginação deles, também é verdade que existem muitas mulheres que escondem ao companheiro, verdadeiros atropelos ou punhaladas na relação.

    Agora, a pergunta é outra!

    O que será pior ou mais condenável?

    Mentir, inventando descarada, vaidosa e estupidamente sobre algo que não fizeram (trair a mulher com quem vivem) ou esconder orgulhosamente (como se de troféus se tratassem), verdadeiras aventuras amorosas extra-conjugais, no intuito de salvaguardar a falsa imagem de uma mulher amorosa, puritana, púdica, fiel e virtuosa?

    Até hoje, ninguém me respondeu!

  4. Quem escreveu “esta é uma forma de destruir uma empresa em 1 minuto e 48 segundos” foi o youtuber “Iconoclast”. Esteve no topo dos comentários mas rapidamente a marca se apressou a apagar o comentário, juntamente com vários outros comentários negativos. Este vídeo é uma desgraça e merece de facto um boicote à Gillette.

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