Gil Loureiro confessa: “limpou” escritórios e escondeu 130 documentos num sótão

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António Pedro Santos / Lusa

Vaz Antunes foi avisado das buscas 15 dias antes e alertou o economista, que se apressou a viajar para destruir e ocultar as provas do escritório do braço direito do fundador da Altice. Afinal, prisão domiciliária tem vigilância.

O arguido Hernâni Vaz Antunes foi avisado duas semanas antes que iria haver uma fiscalização das Finanças de Braga aos seus escritórios, espalhados pela Madeira, Luxemburgo, Emirados Árabes Unidos, República Dominicana e EUA.

Posteriormente, alertou o braço direito e cofundador da Altice, Armando Pereira e o contabilista Álvaro Gil Loureiro, que por sua vez não perdeu tempo — viajou inicialmente para o Luxemburgo e depois para a Madeira, onde se dedicou à “limpeza” dos escritórios de Vaz Antunes, alerta o Expresso.

As conclusões do interrogatório ao economista — um dos quatro arguidos na Operação Picoas — não se ficam por aqui, com o juiz Carlos Alexandre a extrair a confissão da “destruição e ocultação de elementos de provas” do contabilista.

Documentos físicos e digitais que pudessem comprometer o esquema atualmente a ser investigado foram destruídos nesses escritórios, enquanto outros foram escondidos por Gil Loureiro.

O contabilista acabaria por colaborar na investigação, indicando o local onde havia ocultado cerca de 130 pastas de documentação. Forneceu, também, as credenciais de acesso aos equipamentos eletrónicos apreendidos.

Ficará assim explicado porque é que, antes de se entregar no dia 14, Vaz Antunes esteve desaparecido em parte incerta durante dois dias aquando do arranque das buscas — 48 horas em que pode ter, também, “limpado” mais provas fundamentais no processo; 48 horas em que, suspeita o Ministério Público (MP), pode ter permitido a fuga de dois cúmplices estrangeiros ligados ao esquema.

Gil Loureiro fica, segundo o Correio da Manhã, sujeito a obrigação de apresentações bissemanais na PSP; proibição de se ausentar do território nacional, com entrega do seu passaporte; proibição de contactos com os restantes arguidos e com todos os colaboradores de todas empresas da Hernâni Antunes; proibição de atos de administração e ainda deve prestar caução de 250 mil euros a prestar no prazo de dez dias.

Afinal, arguidos vão ser vigiados

Hernâni já terá confessado alguns dos crimes de corrupção dos quais é acusado pelo MP, que pediu, para este arguido, prisão preventiva, enquanto pediu para Armando Pereira a aplicação de prisão domiciliária ou, em alternativa, o pagamento de caução de 10 milhões de euros.

Hernâni e o co-fundador da Altice, Armando Pereira vão, no entanto, ficar em prisão domiciliária, mas não sem qualquer vigilância eletrónica ou policial, como tinha sido dito à saída do tribunal pelos advogados de defesa de Armando Pereira.

O juiz de instrução Carlos Alexandre determinou que deve ser “providenciada adequada vigilância ao cumprimento da obrigação de permanência na habitação de Armando Pereira e de Hernâni Antunes”. Ou seja, policiamento à porta na casa dos arguidos.

Além disso, antes pousado na propriedade de Armando Pereira, o helicóptero do fundador da Altice fica apreendido. O milionário bracarense também tem “um avião particular, pelo que são vários os meios à sua disposição para encetar uma fuga”, considerou o juiz.

Assim sendo, os arguidos Armando Pereira e Hernâni Vaz Antunes ficam, de acordo com o ECO, sujeitos cumulativamente às seguintes medidas de coação: Termo de Identidade e Residência (TIR), proibição de contactos entre si e com todos os cidadãos e empresas mencionados no despacho de indiciação (com exceção de Cristina Couto, Melissa Antunes e Vânia Couto, com relação a Armando Pereira) e ainda a Obrigação de Permanência na Habitação.

Tomás Guimarães, ZAP //

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1 Comment

  1. Ja vi porque uns sao muito muito pobres e outros muito muito ricos e depois ainda dizem que e o muito trabalho!o muito trabalho e de quem trabalha para eles e muitas obrigados a fazer o que nao querem

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