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Gastos dos municípios com pandemia não são “um campeonato da despesa”

icpc.news / Flickr

O vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Filipe Araújo

Durante a sessão da Assembleia Municipal, o vice-presidente eleito pelo movimento do presidente Rui Moreira reagiu à notícia que avançava que a Câmara de Lisboa investiu 15 vezes mais do que o Porto na pandemia.

O vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Filipe Araújo, afirmou, na sessão da Assembleia Municipal, que os gastos dos municípios para combater a pandemia da covid-19 não são “um campeonato da despesa”.

Isto não é um campeonato da despesa, em jogar milhões para cima da mesa sem fazer uma análise séria do que estamos a falar”, afirmou o vice-presidente, em resposta aos deputados municipais do PSD e PS, que criticaram a atuação da autarquia no combate à covid-19 no decorrer de uma notícia divulgada na segunda-feira pelo Público.

A social-democrata Mariana Macedo, que salientou o apoio “sem exceção” do partido a todas as medidas anunciadas pela autarquia, defendeu que a mesma “poderia ir mais além”.

“Não tem a ver com o valor do orçamento. O argumento tem sido que muitas vezes o poder central se esquece do Porto. Confirmamos isso em áreas evidentes em que o poder central não atual, mas esse argumento agora não colhe. A Câmara do Porto ficou aquém do que era exigido para ajudar as famílias e alavancar a economia”, defendeu.

Também a deputada Maria da Graça Laranjeira Vaz, do PS, lamentou “a surpresa negativa” da notícia, salientando existir “uma notória diferença entre as autarquias que têm apoios sociais e as que vivem de propaganda”. “Este município tem especiais deveres”, considerou a socialista.

Em resposta às deputadas, o vice-presidente da autarquia, que na sessão substituiu o independente Rui Moreira, enumerou uma série de medidas, tanto a nível social como de saúde pública, que foram ao longo do último ano implementadas pela autarquia.

“A Câmara assume as suas responsabilidades e são públicas as medidas e apoios que temos concedido, desde logo, o programa de apoio ao arrendamento, o “Porto Solidário”, que só este ano terá um investimento superior a três milhões de euros“, disse, salientando também o programa “Porto Com Sentido”, os apoios ao associativismo, a linha de emergência, o cartão “Porto”, o hospital de campanha e a testagem nos lares.

“Podem dizer que não chega. Estamos sempre a tempo de ouvir novas ideias, mas é que se fale sobre o temos. Sempre que ouço um deputado a assacar à câmara a responsabilidade, gostava de vos ouvir a pedir ao Estado, à Segurança Social. Não cabe à Câmara do Porto pagar tudo, peço desculpa, mas não cabe”, afirmou.

No tempo dedicado às declarações políticas, André Noronha, deputado do grupo municipal “Rui Moreira: Porto, O Nosso Partido”, disse ainda que a informação divulgada revela “um modo socialista” de “colocar dinheiro em cima dos problemas”.

“Eles medem o que gastam e não medem a eficácia do que gastam”, disse.

Na sessão, a deputada Susana Constante Pereira, do BE, afirmou que apesar de não serem os valores “que importam”, a notícia mostra que “há mais uma opção de comunicação e menos de resposta de emergência direta e imediata”. “Temos muitos meses pela frente de gestão de pandemia e pedimos que as pessoas sejam postas em primeiro lugar”, disse.

Já o deputado Rui Sá, da CDU, afirmou ser importante a Assembleia Municipal do Porto escrutinar onde “é gasto do dinheiro”, salientando que fazer comparações com outras autarquias é “apequenar” o Porto.

Segundo o Público, em 2020, a Câmara Municipal de Lisboa investiu 6,7% do seu orçamento total em ações extraordinárias para compensar as consequências da pandemia, ou seja, 77,7 milhões de euros. Por contraste, a autarquia do Porto ficou-se pelos 1,78%, investindo 5,6 milhões.

Segundo os números, a autarquia da capital fez um investimento 15 vezes superior à Câmara Municipal da Invicta.

ZAP // Lusa

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