Já se pensa no futuro: os postos para encher o depósito passaram a ser postos para encher a despensa.
São 13h30 de uma segunda-feira em Lisboa.
Junto à Gare do Oriente, passamos por um estabelecimento – um entre dezenas de lojas naquele espaço – e vemos pessoas sentadas a almoçar, a conversar em mesas, outras a comprar revistas, outras a escolher os cereais para levar para casa, outra a comprar pão.
Há refeições, há quiosque, há mercearia… Num posto da Galp.
Nenhuma daquelas pessoas está a colocar gasolina ou gasóleo na sua viatura. Foram à Galp por outro motivo.
Para muitos clientes, os postos de gasolineira não servem para encher o depósito – servem para encher a despensa.
Aqui ao lado
A descrição, bem apanhada, surge no El País, que retrata o que (também) acontece em Espanha.
As empresas petrolíferas já pensam num futuro em que os carros eléctricos deverão predominar em relação aos carros movidos a combustíveis fósseis.
E também fazem contas em relação ao presente, numa altura em que – lá como cá – as empresas low-cost e os supermercados são concorrência séria.
Agora são as petrolíferas a fazer concorrência aos supermercados. E às padarias.
Em Espanha, qual é a empresa que vende mais pão? A Repsol. São 14 milhões de pães e artigos de pastelaria num ano.
Mais 7 milhões de cafés – mais concorrência a outros estabelecimentos, sobretudo cafés.
Na Cepsa, há alguns postos cuja principal fonte de receitas não são a gasóleo e a gasolina; é o resto.
A tendência só se verifica em alguns postos mas a própria Cepsa prevê que mais de metade das receitas venha do seu “mini-mercado” até 2030. Ou antes.
Um cliente da Repsol em Madrid resumiu a sua preferência: “É mais rápido do que ir a um supermercado”. E, em diversos casos, mais perto de casa – mas normalmente mais caro, atenção.
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Mas há outra estratégia por detrás desta mudança de paradigma, que está relacionada precisamente com o tempo, o ser rápido – ou lento, na verdade.
Hoje, uma pessoa fica num posto de combustíveis durante 3 minutos, ou o tempo suficiente para colocar combustível na viatura.
Mas quem vai carregar um carro eléctrico não vai estar lá durante 3 minutos. Não chega. Por isso, é preciso “entreter” e cativar o cliente, fornecer outros serviços.
E já há parcerias com grandes empresas de diversos sectores de consumo. Um exemplo destacado é o acordo entre Repsol e Starbucks; sim, há cafés Starbucks na Repsol. E com a Amazon: na Repsol o cliente levanta a encomenda que comprou online.
pois verdade verdadeira mas também podemos dizer que se está a gerar concorrência desleal perante muitos setores de atividade.
Abrem como gasolineiras e depois vendem de tudo sendo os requisitos muitas vezes dispares dos aplicáveis a outros setores como é o caso da restauração.
Basta ver agora com a questão do tabaco. Um café não pode vender mas uma gasolineira já pode mesmo que lá se venda tabaco, bolos ou mesmo se sirva refeições.
é o nosso pais no seu melhor
Só atrai consumidores de pão pouco exigentes.