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Galp “não importou crude russo em 2022”. Sanções à Rússia com impacto limitado em Portugal

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José Sena Goulão / Lusa

O quinto pacote de sanções da União Europeia à Rússia deverá ter pouco ou mesmo nenhum impacto em Portugal. Galp “não importou crude russo em 2022”.

Galp “não importou crude russo em 2022” e, no gás, ainda não incluído nas sanções da União Europeia (UE), a empresa diz que “não considera importar GNL de origem russa no momento”, de acordo com o Público.

A promessa europeia do quinto pacote de sanções à Rússia vai atingir Moscovo no setor que mais rendimentos garante à Rússia — a energia.

No entanto, estas novas sanções devem ter pouco ou quase nenhum custo para Portugal, a não ser, como se tem verificado, a turbulência nos mercados energéticos, com uma escalada de preços.

O carvão é um dos produtos que a União Europeia pode deixar de importar à Rússia, mas Portugal deixou de consumir porque, no ano passado, fecharam as duas centrais termoelétricas que o usavam: Sines, no início do ano, e Pego, já no final.

A Galp, dona da refinaria que abastece o mercado de combustíveis nacional, anunciou logo no início de março que suspendia “todas as novas aquisições de produtos de petróleo com origem na Rússia ou em empresas russas”.

A empresa acrescentou também que compra gasóleo de vácuo (VGO), um produto que é usado para fazer gasóleo na refinaria de Sines e de que a Rússia detém 50% do mercado.

A Galp explicou estar a “desenvolver planos para obter o VGO através de fornecedores alternativos, ou para operar a refinaria a um ritmo limitado”.

Adiantou, no entanto, que as cargas russas já adquiridas e que se encontrassem a caminho seriam na mesma recebidas e descarregadas.

A empresa confirmou, em declarações ao Público, que “não importou crude russo em 2022” e que, em relação ao VGO, foram entretanto recebidas “três cargas”, não havendo “previsão de recebimento de volumes futuros desta origem”.

Relativamente ao gás natural, nomeadamente o gás natural liquefeito (GNL) que chega ao porte de Sines por navio, a empresa diz que “não considera importar GNL de origem russa neste momento”.

A Galp é a empresa que importa gás natural para abastecer o mercado regulado, mas o aprovisionamento faz-se através de contratos de longo prazo assinados com a Nigeria LNG — outros comerciantes podem usar outras fontes de aprovisionamento.

Se o GNL russo chegou a pesar 10% do volume de importações nacionais em 2020 e 2021, este ano, além da Nigeria, Portugal tem recebido gás de Trinidad e Tobago e dos Estados Unidos.

ZAP //

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