Funeral de Mikhail Gorbachev realiza-se sem honras de Estado

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Mikhail Gorbachev em 1996

Mikhail Gorbachev em 1996

O antigo líder soviético vai ser alvo de uma cerimónia fúnebre relativamente discreta, depois de o Kremlin ter recusado um funeral de Estado ao homem que ajudou a acabar com a Guerra Fria.

Gorbachev morreu na terça-feira aos 91 anos de idade e será enterrado este sábado no cemitério Novodevichy de Moscovo ao lado da sua mulher, Raísa.

A cerimónia de despedida será no Salão dos Pilares da Casa dos Sindicatos, uma mansão icónica perto do Kremlin que tem servido de local para funerais de Estado desde os tempos soviéticos, avança a agência de notícias Associated Press .

Apesar da escolha do local, o Kremlin deixou de lhe chamar funeral de Estado, porque tal obrigaria à presença de Putin assim como teria exigido a Moscovo convidar líderes estrangeiros.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, explicou que Putin estará ausente devido à sua agenda, mas a cerimónia terá “elementos de um funeral de Estado”, tais como uma “guarda de honra”.

Na quinta-feira, Putin colocou flores no caixão do último líder da URSS, no hospital de Moscovo onde faleceu.

Venerado a nível mundial por ter derrubado a Cortina de Ferro, Gorbachev é mal visto por muitos no seu país que o apontam como responsável pelo colapso económico soviético, após as suas reformas que ajudaram a pôr fim à Guerra Fria e precipitaram o desmembramento da União Soviética.

Putin, que chegou a lamentar o colapso da União Soviética, como “a maior catástrofe geopolítica do século”, evitou críticas pessoais explícitas a Gorbachev, mas culpou-o repetidamente por não conseguir obter compromissos escritos do Ocidente que excluíssem a expansão da NATO para leste.

A questão tem prejudicado as relações Rússia-Oeste durante décadas e fomentado tensões que explodiram este ano, quando o líder russo enviou tropas para a Ucrânia em 24 de Fevereiro.

Numa carta de condolências, Putin descreveu Gorbachev como um homem que deixou “um enorme impacto no curso da história mundial”: “Ele percebeu profundamente que eram necessárias reformas e tentou oferecer as suas soluções para os problemas agudos”, disse Putin citado pela AP.

A cerimónia fúnebre prevista para Gorbachev contrasta com um funeral de Estado de 2007 dado a Boris Ieltsin, o primeiro líder russo pós-soviético que preparou o palco para Putin ganhar a presidência ao renunciar ao cargo.

// Lusa

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2 Comments

  1. Se não fosse Gorbachev (lê-se Garbatchóf) e a Perestroika, Putin teria continuado como manga-de-alpaca do KGB. Nunca teria chegado onde chegou. Nunca.

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