Fundadora da Theranos condenada por fraude pede repetição do julgamento

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Elizabeth Holmes, fundadora da Theranos

Elizabeth ​​​​​​​Holmes, uma antiga estrela de Silicon Valley que prometeu revolucionar os testes de sangue com a sua start-up Theranos, e que foi condenada por fraude, pediu esta terça-feira um novo julgamento, apontando a inversão de uma testemunha-chave.

Condenada em janeiro pelo júri de um tribunal federal em San José, no Estado norte-americano da Califórnia, Elizabeth Holmes deverá conhecer a sentença em 26 de setembro.

A fundadora da Theranos enfrenta uma pena de prisão até 20 anos por cada uma das acusações.

Numa carta enviada esta terça-feira ao juiz federal Edward Davila, que presidiu o julgamento de 15 semanas entre o início de setembro e o final de dezembro de 2021, os advogados de Elizabeth Holmes indicaram que esta recebeu, no início de agosto, a visita do ex-diretor do laboratório de Theranos, Adam Rosendorff.

Rosendorff não esteve com a empresária de 38 anos, mas conversou com o companheiro desta, William Evans, que relatou a conversa aos advogados.

Segundo Evans, o ex-diretor do laboratório explicou que queria “responder honestamente às perguntas” feitas durante o julgamento, mas os procuradores “tentaram apresentar a todos uma má imagem“.

“Ele contou que a acusação apresentou as coisas de uma forma mais negativa do que a realidade durante a sua audiência”, acrescentou William Evans.

Em particular, contestou a noção de que Elizabeth Holmes procurou deliberadamente enganar os investidores sobre os resultados e perspetivas da Theranos.

“Todos estavam a trabalhar duro para realizar algo bom e significativo”, salientou Adam Rosendorff, segundo o companheiro de Elizabeth Holmes.

O médico acredita que “cometeu um erro” e disse que quer “ajudar” a sua ex-chefe, referiu ainda Evans.

Para os advogados de Elizabeth Holmes, a intervenção de Adam Rosendorff justifica a realização de um novo julgamento, nomeadamente porque este “produziu um falso testemunho perante o júri”.

Caso o juiz se recuse a determinar um novo julgamento com base nos novos elementos, a defesa de Holmes solicita, no mínimo, uma nova audiência a Adam Rosendorff, para esclarecer o conteúdo das suas observações.

Elizabeth Holmes tornou-se um dos símbolos dos excessos da cultura de Silicon Valley, depois de ter fundado a Theranos em 2003, com a idade de 19 anos, prometendo ferramentas de diagnóstico mais rápidas e mais baratas do que os laboratórios tradicionais.

Com a ajuda de uma história cuidadosamente elaborada, ela conseguiu, em poucos anos, ganhar a confiança de figuras de destaque e angariar fundos de investidores prestigiados, atraídos pelo perfil desta jovem.

No seu auge, a empresa chegou a estar avaliada em quase 10 mil milhões de dólares.

Lusa //

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