Os sindicatos da Administração Públicas “recusam liminarmente” a hipótese de congelamento de carreiras e a travagem nos aumentos salariais prometidos para o próximo ano.
Alexandra Leitão, ministra da Modernização do Estado e da Administração Publica, abriu a porta ao congelamento das progressões das carreiras dos funcionários públicos e à travagem nos aumentos salariais, prometidos para o próximo ano.
Em reação às declarações da governante, José Abraão, líder da Fesap, disse que “isto não faz sentido absolutamente nenhum”, considerando que este não é o momento para fazer esta “ameaça velada“.
“Recusamos liminarmente qualquer tentativa de travagem das progressões nas carreiras”, disse o líder da Frente Comum dos sindicatos da Administração Pública, afeta à CGTP, Sebastião Santana.
Ao Expresso, o sindicalista defendeu que, “como se provou num passado recente, nada melhor do que aumentar salários para a recuperação da economia. Fazer o contrário é contra-producente”.
José Abraão referiu ainda que as palavras da ministra “parecem estar em contradição com aquilo que foi várias vezes afirmado pelo primeiro-ministro de que não seria seguida uma linha de austeridade”. O sindicalista admite que Alexandra Leitão “foi infeliz” na escolha das palavras e no momento para as proferir.
“Num altura destas, ter como prenda esta ameaça velada não ajuda nada”, rematou.
Numa entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Alexandra Leitão disse que não espera que, no quadro da pandemia de covid-19, haja uma política de redução de rendimentos, mas não exclui a possibilidade de não haver aumento dos salários da Função Pública em 1% como estava anunciado antes da covid-19.
Mesmo assim, mantém a prioridade da revisão da avaliação de desempenho, no âmbito do programa plurianual para a função pública e a proposta vai ser apresentada no dia 8 na reunião com os sindicatos da Administração Pública.