Função Pública envelhecida: um quarto dos funcionários tem mais de 55 anos

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alancleaver_2000 / Flickr

No início de 2018, quase 12 mil funcionários públicos tinham mais de 65 anos. Somados aos trabalhadores com idades compreendidas entre os 55 e os 64 anos, representam já um quarto do total dos funcionários do Estado.

No início deste ano, eram quase 12 mil os funcionários públicos com mais de 65 anos. Somados aos que têm idades compreendidas entre 55 e 64 anos, representam já 25% dos trabalhadores da função pública. Pelo contrário, os trabalhadores com menos de 24 anos são pouco mais de 12.500, um quebra de 35% nos últimos seis anos.

O envelhecimento da função pública foi uma das preocupações de Mário Centeno, apresentada numa audição na Comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social esta quarta-feira.

Segundo o Diário de Notícias, o ministro sublinhou a necessidade de renovação e de esta necessitar de ser feita com tempo, para acautelar a formação de novos quadros e a aposta numa administração pública que proporcione boas condições de trabalho e, ao mesmo tempo, seja melhor organizada e gerida.

Apesar de espelhar a situação que se verifica no reto do país, o envelhecimento na função pública acentuou-se de forma mais intensa devido ao aperto nas entradas de novos trabalhadores no período da troika.

Em 2011, a administração pública contava com 19.414 funcionários com menos de 25 anos (2,7%), enquanto que os que tinham idade entre os 55 e os 64 anos eram 111.900 e os que estavam à beira da reforma totalizavam 5111 (0,8%).

Em junho de 2017, os mais novos caíram para 12.569, enquanto que os mais velhos avançaram para 160.953 (55-64 anos). Os que se encontravam à beira da reforma duplicaram para 11.410.

Desta forma, conclui o jornal, em seis anos os trabalhadores com ais de 55 anos viram o seu peso aumentar de 16% para 25% do total.

Também os sindicatos da administração pública estão atentos a este problema relacionado com o envelhecimento, tendo sido um dos motivos que levou a que a política de recrutamento tenha sido incluída no protocolo negocial que a Federação dos Sindicatos da Administração Pública e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado assinaram com a secretária de Estado da Administração e do Emprego Público, Fátima Fonseca.

Helena Rodrigues, presidente do STE, frisou que “o rejuvenescimento é uma necessidade mas não pode traduzir-se apenas em palavras, tem de ser acompanhada de medidas”.

ZAP //

3 Comments

  1. A medida é p/ TODOS e não só p/ a FP. Se estão a alargar o anos p/ se ir p/ a reforma estão á espera de quê? As pessoas terão de trabalhar até mais tarde, é evidente. Não se pode viver de ar e vento…
    E a FP ainda quando vai p/ a reforma tem reformas bem mais altas que os trabalham p/ os privados.

    Se a FP chora então que dirão os outros trabalhadores…

  2. As reformas só são mais altas se os funcionários públicos descontarem mais, e como isso é habitual, não há que estranhar. Mesmo assim, há reformas no sector privado mais elevadas do que no público, apesar de quem a recebe ter descontado menos em relação a todo o tempo de descontos.

  3. Funcionarios publicos envelhecidos, desmotivados, desatualizados, no topo de carreira e com salarios chorudos, subsidios e bonificações, a ocupar lugares de chefia ou com baixas medias e a meter cunhas para familiares e amigos, e ainda levam grandes reformas para casa face ao que descontaram.
    Os mais novos, entram e fazem o seu trabalho e o dos colegas mais velhos, ganham uma miséria, não tem carreira nem progressão, não tem expetativas e rapidamente desanimam e desmotivam fazendo do serviço publico aquilo que temos hoje.
    O governo, seja ele qual for, governa-se a si e aos seus, não pensa no pais nem no longo prazo.
    Casa onde não há pao todos ralham e ninguém tem razão.

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