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Salários mais baixos da Função Pública sobem 10 euros. Férias não aumentam

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António Pedro Santos / Lusa

Alexandra Leitão, ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública

Esta quarta-feira, o Governo revelou à Frente Comum que os salários mais baixos da Função Pública vão subir 10 euros, em vez de sete. Em relação aos dias de férias, não há abertura.

O Jornal de Negócios avança esta quarta-feira que os salários mais baixos da Função Pública, até aos 683 euros, vão aumentar 10 euros este ano. A novidade foi dada aos jornalistas por Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum, que também acrescentou que o Governo não apresentou qualquer proposta sobre o aumento de dias de férias.

Inicialmente, o Governo anunciou um aumento de sete euros para os trabalhadores com salários mais baixos. Agora, esse valor sobe para 10 euros, como já se esperava, o que implica um aumento de 1,6% para os 105 mil trabalhadores que estão no patamar mínimo.

Para os restantes salários, mantém-se (como estava também determinado) um aumento de 0,3%, a taxa de inflação verificada em novembro.

O aumento extraordinário será pago a partir de março e aplica-se aos dois primeiros níveis da tabela remuneratória da Função Pública, o quarto e o quinto.

Alexandra Leitão, ministra da Administração Pública, abriu, na semana passada, a porta a um aumento dos dias de férias na Função Pública, uma hipótese que voltou a ser admitida na última reunião com os sindicatos na segunda-feira. No entanto, segundo a Frente Comum, tal não irá acontecer este ano. Em relação aos anos seguintes, não foi dada qualquer garantia.

A proposta de aumento dos salários não agradou à Frente Comum. À saída da reunião, Ana Avoila admitiu novas formas de luta para contestar estes aumentos e a ausência de mexidas nos dias de férias.

Outra hipótese que ganhou força na segunda-feira foi a do aumento do subsídio refeição, atualmente nos 4,77 euros. No entanto, de acordo com o Negócios, qualquer aumento implicaria perda de receita fiscal, uma vez que é o nível da Função Pública que estabelece o limite de isenção no setor privado.

ZAP //

10 Comments

  1. Ok, e desta vez onde vão cortar para pagar esta medida?
    Para descer na electricidade não dava porque para isso tinha de se cortar na saúde, na educação, etc.
    Então agora vamos cortar onde?

    • Tenha juízo, sabe que os funcionários das câmaras municipais, ao contrário dos ministérios, são os mais mal pagos?
      Sabe que um técnico superior ganha menos numa câmara municipal do que numa empresa privada?
      informe-se antes de tecer comentários sem sentido.

      • O que eu sei, não porque me contaram, mas sim porque vi, é que nas câmaras municipais a principal razão para a admissão e para a contratação não é a qualidade. A principal razão para se entrar numa câmara é a afinidade partidária, é o ter andado a agitar bandeiras e a dar canetas e autocolantes na campanha, é o ter alguém conhecido lá dentro.
        Sei muito bem do que falo. Muito bem mesmo.
        Se tivesse de atribuir uma percentagem aos casos que relato, seriam que seria seguramente muito mais de 85%, pelo menos onde vivo (um concelho de média dimensão).
        Também sei que essas pessoas, na esmagadora maioria dos caos, não tinham qualquer experiência profissional de relevo. Tinham sido maus alunos, entrado no ensino superior com péssimas médias, em péssimos cursos, estudado em péssimas universidades, reprovado imensos anos, terminado com péssimas médias e a maioria nunca tinha trabalhado. Os poucos que tinham trabalhado tinham tido experiências profissionais muito precárias e qualitativamente muito pobrezinhas (quer nas responsabilidades assumidas, quer no desempenho….).
        A esmagadora maioria dos trabalhadores municipais teriam uma ínfima parte do que têm se não trabalhassem nos municípios, tamanha é a falta de competência na generalidade dos trabalhadores municipais.
        Para a esmagadora maioria dos trabalhadores municipais o emprego que têm é tipo uma mesada paga por todos nós (que funcionamos como o papá que tem a carteira). Deles, mais do que trabalho, só se espera que não façam grandes asneiras, a mesada estará sempre garantida, e até pode ser que venham a ser contratados como especialistas de protecção civil para um qualquer gabinete ministerial… ou alguma coisa parecida…

      • Foi com conhecimento de causa que falei, atenção aos 15%, os que trabalham com gosto, que cumprem e ultrapassam o horário sem esperar nada em troca, que fazem o seu trabalho e o dos calões que ganham e nada fazem. Há que ter cuidado a analisar as coisas, não pode generalizar.

  2. Eu gostava de ver os pensionistas tratados do mesmo modo, a minha mãe tem uma pensão pouco superior a 180€, sofreu o congelamento da troika, e não tem esse aumento, nem aumento equivalente ao RMG nem sequer progressão na carreira…
    São as justiças deste país, a alguns tudo, aos outros que se danem.

    • Sabe José Raul, também tenho casos assim na família, é triste, o dinheiro está mal distribuído e de forma injusta, ninguém precisa de uma reforma ou ordenado de 20.000 euros, assim como ninguém precisa de uma pensão de 180 euros, são as injustiças praticadas cobardemente sobre quem já não tem força para se manifestar.

      • Existem pensões desse valor sim, se tivesse conhecimento da realidade em que vivemos, não questionava a afirmação do Senhor José Raul. Também não sabe dos vencimentos e pensões milionários?
        Também não sabe das receitas que ficam por aviar na farmácia, pois o dinheiro não dá para tudo?
        Ou dos bens de primeira necessidade que ficam na caixa do supermercado pela mesma razão?
        Ou das crianças que abandonam a escola para ir trabalhar?
        Ou que o desemprego baixou, porque muitos desempregados já o são há tanto tempo, que deixaram de receber subsidio e deixaram de estar na lista?
        A realidade não é tão bonita como a pintam.

      • O valor da pensão está correcto e é real.
        Mas tem razão, há outros benefícios, tem dois filhas e cada um tem casa própria, pelo que nem sequer pode requisitar o Rendimento Mínimo Garantido, isso é para outras gentes.
        Se aí acrescer que a segurança social recusou a pensão por morte do meu pai, homologada na sentença de divórcio, apenas porque nenhum deles fez IRS onde demonstre esses pagamentos / recebimentos, aliás, porque não eram obrigados a fazer IRS devido aos baixos rendimentos que tinham.
        Você deve viver num país cor-de-rosa mas não esqueça que até as rosas têm espinhos.
        Fico agradado em saber que o Eu! tem uma vida muito desafogada, de tal modo que acredita que ninguém neste país recebe pensões de 180€, mas acredite que nem são as pensões mais baixas, existem outras pensões de miséria com agravante que não foram aumentadas durante 10 anos com a vinda da troika.

      • “Você deve viver num país cor-de-rosa”
        “Fico agradado em saber que o Eu! tem uma vida muito desafogada”
        Tendo por base a minha duvida, não sei como conseguiste chegar a estas afirmações, mas ok…
        Também não dizes que tipo de pensão é mas, se for pensão de velhice, para
        MENOS de 15 anos de descontos, o valor mínimo são 275,30€!!
        Dependendo do caso, também poderá ter direito ao Complemento Solidário para Idoso.

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