José Sena Goulão / LUSA
Frederico Pinheiro a entrar para a comissão de inquérito à TAP
Casa do antigo adjunto de João Galamba foi alvo de buscas. Entre os documentos estão recuperação da TAP e novo aeroporto.
A casa de Frederico Pinheiro foi alvo de buscas nesta terça-feira e, no mesmo dia, o antigo elemento do Governo foi constituído arguido.
O ex-adjunto do então ministro João Galamba, protagonista de uma famosa saída do Ministério das Infraestruturas, terá ficado com documentos classificados antes de entregar o seu telemóvel aos deputados e o computador do Ministério ao Estado.
A TVI chama-lhe “encenação”: recorde-se que Frederico Pinheiro entregou o seu telemóvel durante a comissão parlamentar de inquérito à TAP (e ninguém pediu). Mas a investigação da Polícia Judiciária revelou que tinha sido tudo apagado do dispositivo, antes dessa entrega.
Frederico queria dar a ideia de que o telemóvel poderia guardar tudo o que o famoso computador – que o Serviço de Informações de Segurança resgatou – também podia.
A questão é que os dados tinham sido todos apagados do telemóvel, antes de ir à comissão.
Além disso, terá feito cópias de documentos secretos a partir do tal computador, antes de o entregar. Uma cópia integral.
As buscas desta terça-feira foram realizadas pela Unidade Nacional de Contraterrorismo da PJ e pelo Departamento de Investigação e Acção Penal Regional de Lisboa.
Mostram que o ex-adjunto do Ministério das Infraestruturas pode ter cometido vários crimes, essencialmente o tal acesso ilegítimo a documentos classificados. Além da violência narrada na noite da sua saída, que já constava no processo.
Entre as cópias dos documentos que terá feito (no computador), estariam planos de recuperação da TAP e a localização do novo aeroporto.
Frederico Pinheiro diz que estas informações “têm dados incorrectos e falsos” e lembrou que é “um cidadão que cumpre a lei e o segredo de justiça”. Não deixou mais comentários.
