Detetadas 339 tentativas de fraude nos subsídios para vítimas dos fogos

António Cotrim / Lusa

Rescaldo do incêndio em Valongo, Pedrogao Grande

Nas candidaturas a apoios, houve quem declarasse danos em construções que já estavam abandonadas ou em ruínas antes dos incêndios.

14 667 processos de candidatura a apoios dos agricultores afetados pelos incêndios de outubro do ano passado foi interpostos. Desses, o Ministério da Agricultura detetou 339 tentativas de fraude, alerta o Correio da Manhã.

Na maioria dos casos estarão candidaturas para quem sofreu prejuízos entre os mil e os cinco mil euros. Uma das situações mais detetadas terá sido a a apresentação da mesma candidatura, para o mesmo terreno, por diferentes titulares e/ou a diferentes medidas.

Houve também quem declarasse danos em construções que já se encontravam abandonadas ou em ruínas antes da ocorrência dos incêndios e que registasse danos superiores aos realmente sofridos, revela aquele jornal.

Pelo que apurou o CM junto de fonte do Ministério da Agricultura, todas as candidaturas que apresentaram discrepâncias de valores até 10% superiores aos montantes estabelecidos foram validadas. As que estavam num intervalo entre os 11% e 34% acima do valor determinado foram ajustadas para o preço real. Já as superiores a 35% terão sido rejeitadas pela tutela.

Ao longo de todo o processo de atribuição das indemnizações aos agricultores prejudicados pelos fogos de 2017 – tanto os de Pedrógão Grande, em junho, como os de outubro, que afetaram 44 concelhos da zona Centro – foram atribuídas verbas na ordem dos 62 milhões de euros. Segundo o Ministério da Agricultura, liderado por Capoulas Santos, foram apoiados, através do regime simplificado, um total de 23 746 agricultores.