O presidente francês, François Hollande, anunciou hoje que não se vai candidatar a um novo mandato no próximo ano.
“Decidi que não serei candidato”, disse Hollande num discurso à nação transmitido pela televisão.
Considerado o presidente mais impopular das últimas décadas no país, em recentes pesquisas sua aprovação girava em torno de 4%.
“Decidi não ser candidato à presidência, não vou procurar renovar o meu mandato”, disse Hollande, num discurso ao provo francês no Palácio do Eliseu.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, provável candidato da esquerda contra Fillon e Le Pen, considerou que a renúncia do presidente Hollande em 2017 é “a decisão de um estadista“.
“É uma decisão difícil, ponderada, importante. É a decisão de um estadista. Quero transmitir a François Hollande a minha emoção, o meu respeito, a minha fidelidade e o meu afeto”, escreveu Valls em comunicado.
O chefe do governo francês anunciou no passado domingo a intenção de se candidatar às primárias do Partido Socialista.
Posteriormente, Valls afirmou que não ia concorrer contra Hollande.
Record de impopularidade
No seu discurso, Hollande realçou os muitos esforços que fez para manter as suas promessas pré-eleitorais, mas concluiu que cometeu alguns erros na forma como foram implementadas.
O chefe de Estado lembrou os desafios que o país enfrenta, em particular a ascensão da extrema-direita e a ameaça terrorista jihadista.
Hollande destacou o combate ao desemprego e a defesa das liberdades como êxitos de sua gestão.
“Digo-vos francamente: o maior perigo é o proteccionismo, é fechar-se em si mesmo. Esse será o maior desastre para os franceses”, declarou o presidente, um dos mais impopulares das últimas décadas.
Hollande presidiu à França num período em que o país sofreu vários ataques terroristas, incluindo os atentados de novembro de 2015 em Paris, que mataram 130 pessoas.
A eleição presidencial francesa está marcada para abril e maio de 2017.
É “lúcido no seu fracasso”, diz François Fillon
O candidato conservador à presidência de França, o ex-primeiro-ministro François Fillon, afirmou que a renúncia à recandidatura do atual chefe de Estado socialista mostra que François Hollande é “lúcido no seu fracasso”.
“O presidente admite, com lucidez, que o seu fracasso evidente o impede de ir mais longe”, escreveu Fillon na sua conta na rede social Twitter.
Posteriormente, Fillon emitiu um comunicado no qual assegurou que o mandato de Hollande termina “com a revolta política e a decadência do poder”.
“Mais do que nunca, a mudança política e a recuperação da França vão ser construídos sobre bases sólidas: a verdade, sem a qual não se pode ter a confiança dos franceses, e a ação corajosa, a única que pode obter resultados”, acrescentou Fillon, que se apresenta como favorito nas sondagens para ganhar as presidenciais em abril e maio próximos.
ZAP / Lusa / Sputnik News