Francisco Rodrigues dos Santos, que no passado fim de semana foi eleito líder do CDS, disse que o PSD é o primeiro partido com quem quererá falar, propondo a construção de “pontes” em vez de “muros”.
“CDS e PSD devem erguer pontes em vez de erguer muros”, disse ao semanário Expresso o novo líder centrista, que diz acreditar que os esforços de ambas as forças partidárias podem levar à cosntrução de “um projeto reformista que liberte o país do socialismo”.
A prioridade do sucessor de Assunção Cristas passa por “afirmar o CDS e restaurar a confiança dos eleitores no partido”, com “o seu caderno de encargos próprio e as suas ideias”, mas “sem descurar as linhas de contacto com os seus parceiros tradicionais”.
“O PSD sempre foi parceiro de diálogo com o CDS em momentos importantes da vida do país e esse espírito de parceria ficou reforçado com as declarações que Paulo Mota Pinto, da equipa do dr. Rui Rio, fez no encerramento do nosso Congresso, quando falou de parceiros naturais”, considerou ainda Francisco Rodrigues dos Santos.
A posição do novo líder centrista está em linha com o apelo deixado pelo antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho no passado domingo. O antigo governante e líder do PSD dirigiu um “voto público” ao PSD e ao CDS de “afirmação” e “união” para que ambos os partidos possam fazer “ações reformistas importantes” que o país precisa.
“Isso está perfeitamente ao nosso alcance e o país precisa disso, e nós precisamos disso. É o voto que aqui quero deixar. Que o exemplo da Barca possa ser inspirador para os nossos partidos, e em particular para o meu, que é o PSD”, disse.
O ex-governante, que falava durante a tomada de posse dos novos órgãos da concelhia de Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, terminou um discurso de quase 40 minutos, formulando um voto público aos dois partidos, em particular, ao seu.
Futuro da liderança da bancada adiado
Esta segunda-feira, o novo líder esteve na Assembleia da República para uma reunião com a líder da bancada do partido, Cecília Meirelles. De acordo com o Observador, os centristas discutiram a estratégia do partido no que respeita ao Orçamento do Estado para 2020, adiando a questão do líder da bancada.
“Concentrámo-nos no essencial, tivemos uma tarde muito produtiva e de concordância”, disse a deputada em declarações aos jornalistas.
A questão da liderança da bancada será discutida num outro momento, após a votação final global do OE2020, que está agendada para fevereiro. De acordo com o diário, será nessa altura que se deverão realizar eleições na bancada.