A Presidência francesa anunciou esta quarta-feira a suspensão da entrega do primeiro navio de guerra Mistral à Rússia, prevista para outubro, afirmando que as condições para a autorização “não estão neste momento reunidas”, numa referência à crise ucraniana.
Face à situação na Ucrânia, qualificada como “grave”, o “Presidente da República concluiu que, apesar da perspectiva de um cessar-fogo, que precisa ainda de ser confirmado e implementado, as condições para que a França autorize a entrega” à Rússia “do primeiro navio de guerra Mistral não estão neste momento reunidas”, referiu o Eliseu, sede da Presidência francesa, em comunicado.
“As recentes ações da Rússia no leste da Ucrânia contrariam os fundamentos da segurança na Europa”, acrescentou a mesma nota informativa.
As autoridades francesas, que têm estado sob forte pressão internacional, nomeadamente por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido, para adiar a entrega do primeiro de dois navios de guerra a Moscovo, tinham rejeitado até hoje as críticas e afirmado que iam cumprir os termos do contrato.
O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, chegou a sublinhar que “os contratos assinados e pagos eram para honrar”.
A nova posição francesa em relação ao navio porta-helicópteros Mistral foi decidida durante um Conselho de Defesa, realizado na véspera da cimeira da NATO, que vai decorrer até sexta-feira em Cardiff, no País de Gales (Reino Unido), e algumas horas depois da divulgação de novas críticas norte-americanas.
“Esta venda não é bem-vinda tendo em conta o que se passa nesta parte do mundo”, declarou o embaixador dos Estados Unidos junto da União Europeia (UE), Anthony Gardner, diante do Parlamento Europeu.
O contrato firmado entre Paris e Moscovo, assinado em 2011, previa a entrega às autoridades russas de dois navios da classe Mistral (o “Vladivostok” e o “Sébastopol”) por um valor de 1,2 mil milhões de euros.
Em meados de agosto, o grupo público de armamento russo Rosoboronexport afirmou que Moscovo só previa efetuar o “pagamento final” a Paris após a entrega do segundo navio de guerra, prevista para novembro de 2015.
/Lusa
Ou seja a França iria ou irá mesmo vender navios de guerra á Rússia que um dia muito provavelmente irão matar soldados franceses, mas isso pouco importa pois carne para canhão há muita.