Payet queria cobrar um canto mas uma garrafa de água atirada por um adepto do Lyon antecipou o final do jogo. Sexto episódio violento nesta época, sempre em França.
Durou pouco o grande jogo deste domingo em França. Logo ao terceiro minuto do Lyon-Marselha, um pontapé de canto – que nunca chegou a ser cobrado – viria a antecipar o final da partida.
Dmitri Payet iria cobrar o canto, muito perto dos adeptos do Lyon, mas devido aos objectos que eram atirados constantemente na sua direcção, avisou o árbitro que não iria tocar na bola. Depois de falar com Ruddy Buquet, foi convencido a voltar ao canto.
No entanto, quando ainda estava a colocar a bola junto à linha, uma garrafa de água atirada por um adepto do Lyon atingiu a orelha esquerda do número 10 do Marselha, que ficou no chão.
Anthony Lopes, internacional português, foi o primeiro a aproximar-se dos adeptos da sua equipa, pedindo calma e lançando um olhar de desilusão na direcção das bancadas.
Álvaro González, que estava no banco de suplentes do Marselha, apareceu logo na zona da confusão para dizer aos seus colegas de equipa para abandonarem o relvado.
O jogo foi mesmo suspenso. Mais de uma hora depois, esperava-se por novidades. Ainda foi anunciado que os futebolistas iriam voltar ao campo mas, ao primeiro incidente, o jogo iria ser mesmo interrompido. Mas a equipa de arbitragem decidiu mesmo que, sem condições de segurança, a partida não iria ser realizada neste domingo.
A Liga Francesa de Futebol já reagiu. Em comunicado, além de condenar o episódio, conta que Payet foi agredido e ainda vítima de insultos com tom discriminatório.
A entidade lembra que, em situações semelhantes desta época, já retirou pontos e obrigou equipas a jogarem sem adeptos nas bancadas mas, mesmo assim, os incidentes repetem-se.
“As repetições destes incidentes graves estão a destruir a imagem do campeonato francês a nível internacional”, lamenta a Liga, que marcou para esta segunda-feira uma reunião urgente.
André Villas-Boas, que treinou o Marselha, também reagiu: “Quantas vezes isto vai continuar a acontecer? Simplesmente escandaloso.”
Villas-Boas tem razão: já tínhamos salientado aqui a quantidade de vezes que o futebol francês tem sido notícia, não por causa dos golos ou por causa da novidade chamada Messi, mas sim por causa de violência.
Payet também esteve envolvido no primeiro episódio, quando foi atingido igualmente por uma garrafa de água em Nice. E reagiu, na altura, o que originou invasão de campo.
Confrontos no Lens-Lille interromperam esse jogo; adeptos do Marselha invadiram o relvado no encontro com o Angers; um autocarro com adeptos do Bordéus foi apedrejado à chegada a Montpellier; e o Marselha-Galatasaray (Liga Europa) foi também suspenso porque adeptos de duas equipas atiraram objectos.
No total, seis momentos graves em França. E ainda estamos em Novembro.