A câmara mente: 6 fotografias históricas provam-no

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Yevgeny Khaldei/TASS

“Erguendo a bandeira sobre o Reichstag”, de Yevgeny Khaldei (2 de maio de 1945)

Se “a câmara nunca mente” a expressão certamente o faz. A arte da fotografia mostra-nos todos os dias o mundo nu e cru, mas também pode facilmente ser usada como instrumento de manipulação da realidade.

Uma das imagens mais icónicas da Segunda Guerra Mundial é a de um soldado soviético a içar a bandeira da União Soviética sobre o Reichstag, em Berlim. Captada por Yevgeny Khaldei, esta fotografia tornou-se símbolo da vitória sobre o nazismo, mas vários elementos da imagem foram manipulados, lembra a National Geographic.

O soldado que segura a bandeira usava dois relógios, presumivelmente saqueados, o que violava o código de conduta do Exército Vermelho. Para evitar escândalos, esses pormenores foram apagados da imagem. Além disso, a cena terá ocorrido à noite, mas a fotografia foi manipulada para parecer diurna. A identidade do soldado permanece, até hoje, um mistério.

“Salto para o vazio”, Yves Klein

Em 1960, o artista francês Yves Klein criou uma imagem que ainda hoje intriga o mundo: a icónica fotografia mostra o próprio a saltar de um edifício, aparentemente, para o vazio, o que faria com que o homem — surpreendentemente despreocupado — batesse com muita força no cimento.

No entanto, a verdade surgiu 50 anos mais tarde: tratava-se de uma montagem fotográfica feita a partir de duas imagens – uma com Klein a lançar-se sobre um pano seguro por amigos, e outra da rua vazia. Os outros homens foram apagados da imagem final, criando assim a ilusão do “salto impossível”.

“Mussolini a cavalo”, Luigi Leoni

Wikipedia

“Mussolini a cavalo”, de Luigi Leoni, 20 de março de 1937.

A propaganda fascista soube sempre usar a imagem a seu favor. Um exemplo evidente é a fotografia de Benito Mussolini a cavalo, empunhando a chamada “Espada do Islão”, captada por Luigi Leoni.

A intenção do regime italiano era reforçar a imagem de Mussolini como líder forte e próximo do mundo muçulmano, após a colonização da Líbia. Mas tudo foi encenado: os empregados que seguravam o cavalo foram apagados da imagem, e a espada dita islâmica tinha, na verdade, sido fabricada em Florença.

Pressreader

A imagem que deu origem a “Mussolini a cavalo”, de Luigi Leoni, 20 de março de 1937.

“O soldado caído”, Robert Capa

Icónico fotógrafo de guerra, Capa capturou uma imagem em 1936 que se tornaria símbolo da Guerra Civil Espanhola: um soldado republicano no momento exato em que é atingido mortalmente.

Durante décadas, a fotografia foi tida como um exemplo de coragem jornalística e de acaso feliz. Mas após a morte de Capa, surgiram dúvidas quanto à autenticidade da imagem.

A paisagem não corresponde ao local onde alegadamente foi tirada, e o negativo da foto nunca foi encontrado entre os arquivos entregues ao Centro Internacional de Fotografia. A falta de provas e as versões contraditórias dadas por Capa ao longo dos anos alimentam a suspeita de que a imagem possa ter sido encenada.

Os 13 de Leeds

Este é um caso diferente aqui lembrado pela National Geographic, mas que mostra como a fotografia consegue mover a opinião pública de um país, fácil e eficazmente. Foi o que treze estudantes de arte da Universidade de Leeds, em Inglaterra, conseguiram fazer.

Em 1998, o grupo, que ficaria conhecido para a história como Leeds 13, simulou umas férias de luxo em Espanha sem nunca saírem do Reino Unido. As imagens mostravam-nos a bronzear-se ao sol, a beber cocktails e a desfrutar da praia. Os jornais sensacionalistas britânicos caíram na armadilha e condenaram o suposto desperdício de dinheiro público.

Só mais tarde os estudantes revelaram a verdade: tudo tinha sido encenado com adereços, luz artificial e truques fotográficos. A crítica social implícita – sobre os media e a credulidade pública – foi tão eficaz que lhes valeu a nota máxima no seu projeto académico.

Bigfoot? O mistério do frame 352

O famoso frame 352 do filme de Roger Patterson e Bob Gimlin, de 1967, onde alegadamente se vê o mítico Bigfoot a caminhar por um riacho na Califórnia, é outro exemplo flagrante de como a câmara mente.

Enquanto uns vêem uma criatura desconhecida na passagem da curta metragem, outros apontam para um homem dentro de um fato. Até hoje, não há consenso sobre a autenticidade da filmagem.

ZAP //

3 Comments

  1. Que estupidez, a bandeira hasteada no Reichstag em Berlim não era a bandeira da União Soviética mas sim o Estandarte da Vitória, essa dos relógios é uma palermice e demonstra bem o vosso desespero pelo facto da Rússia (na época chamada de União Soviética) ter vencido a 2ª Guerra-Mundial (1939-1945) e sozinha ter derrotado a Alemanha Nacional-Socialista e os seus Aliados, e libertado a Europa e os Europeus da besta NAZI salvando assim uma vez mais a Civilização Europeia, para desespero do regime da Inglaterra (Anglo-Sionistas) e dos liberais.

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    • Veja lá se pára de se drogar, isso está a dar-lhe cabo do cérebro. Apesar de, felizmente, vivermos numa sociedade onde há liberdade de expressão, a parvoíce é evitável.

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