As forças do exército turco estão este sábado a avançar no noroeste da Síria para controlar auto-estradas que serão pontos estratégico para o ataque contra os curdos.
O avanço marca o quarto dia em que a Turquia, perante fortes críticas internacionais, continua o confronto na região, de acordo com a Associated Press. A agência de notícias turca diz que as forças da oposição na Síria, apoiadas pelo exército da Turquia, já têm o controlo completo da auto-estrada M-4 que liga as cidades de Manbij a Qamishli.
As tropas turcas já conseguiram também cortar as ligações entre Hassakek e uma das principais cidades sírias, Aleppo.
Este avanço dos turcos começa apenas um dia depois de o executivo dos EUA ter retirado tropas norte-americanas desta região, o que teria impedido esta progressão das tropas. Donald Trump, o presidente norte-americano, justificou a decisão para impedir que o país continue envolvido em “guerras sem fim”. Críticos destas decisão dizem que os EUA puseram em risco a vida de aliados curdos que ajudaram a derrotar o ISIS.
O número de civis mortos na ofensiva turca no nordeste da Síria, que teve início na quarta-feira, subiu para 21, divulgou a organização Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
A organização, que conta com uma ampla rede de observadores no terreno, disse que há feridos, mas não precisou o número exato. O OSDH indicou ainda que há 74 mortos entre as Forças Democráticas da Síria (FDS), uma aliança de milícias liderada pelos curdos, diante do avanço do exército turco. Entre as forças turcas oito soldados morreram e entre as milícias da oposição síria aliadas de Ancara houve 49 mortos.
A Turquia anunciou também que as suas forças capturaram a cidade de Ras al-Ain, no nordeste da Síria, após quatro dias de bombardeamentos e combates contra as milícias curdo-sírias na região.
A Turquia continua a justificar a ofensiva por considerar que os curdos estão ligados a atos de terrorismos no país euro-asiático. Ao todo, segundo as Nações Unidas, mais de 100 mil pessoas tiveram de ser deslocadas e mais de 500 mil vidas podem estar em risco no noroeste da Síria.
ZAP // Lusa