Os genes derivados dos neandertais, que se extinguiram há 45 mil anos, permitiram ao homem moderno adaptar-se a climas mais frios, sustenta um estudo publicado esta semana na revista Nature.
A equipa de cientistas liderada por Sriram Sankararaman, do Departamento de Genética da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, monitorizou o genoma de mais de mil homens modernos – da Europa e do leste asiático – e detectou uma concentração “maior do que o normal” de genes neandertais na família de genes da queratina.
A queratina, proteína que se encontra na epiderme, é responsável pela resistência do cabelo e da pele, pelo que os investigadores crêem que a maior proporção de genes do homem de Neandertal potenciou o nascimento de pelos corporais nos homens modernos, para que estes pudessem proteger-se das baixas temperaturas.
“Tal sugere que os genes neandertais possivelmente ajudaram os homens modernos a adaptarem-se a climas não africanos”, que são mais frios, defendeu Sriram Sankararaman, citado pela agência Efe.
Os genes procedentes do homem de Neandertal representam entre 1,5 e 2,1 por cento do ADN (informação genética) dos homens modernos não africanos, mas não se distribui de forma regular no genoma.
Por oposição à maior concentração de genes neandertais na família de genes da queratina, há um défice nos testículos.
Para completar a investigação, a equipa de cientistas da Universidade de Harvard pretende estudar o genoma dos denisovanos, parentes afastados dos neandertais, e ver “como o seu ADN influenciou o genoma humano moderno”.
ZAP // Lusa
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