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Dia triste, só e abandonado. É o adeus dos gelados da Olá?

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Dona do Cornetto, Magnum e outros favoritos de verão vai “derreter” o seu segmento menos rentável. Portugal escapa ao impacto (para já).

Já não falta muito para chegar o calor, mas os meses de junho, julho e agosto podem nunca voltar a ser os mesmos depois da notícia que chegou esta semana da Unilever, dona dos gelados da Olá. Este verão vai deixar muitos de nós “tristes, sós e abandonados”: pode ser um dos últimos em que apreciamos um Cornetto em Portugal.

A multinacional prepara-se para despedir 7500 trabalhadores, numa tentativa de revitalizar a sua performance financeira, e parte do plano de consolidação passa por “derreter” o segmento de gelados, que engloba marcas populares como a Magnum e Ben&Jerry’s.

A decisão deverá ser implementada até finais de 2025, e não significa necessariamente a extinção dos Magnum ou dos Cornetto (ou de qualquer gelado da Olá), mas coloca um ponto de interrogação no seu futuro — há ainda uma névoa sobre os contornos da operação.

O que sabemos é que, na prática, os gelados da Olá e Ben&Jerry’s podem fugir de Portugal em breve.

Um negócio “diferente” (e o menos rentável)

Um dos principais problemas apontados pelo grupo, que avançou a notícia esta terça-feira, é o facto de os gelados serem produtos sazonais, algo que, a par da falta de sobreposição nas cadeias de abastecimento com os restantes negócios da Univeler, fez do setor o menos rentável das cinco categorias de negócio da empresa.

Apesar de tudo, a divisão é responsável por 16% das vendas totais do grupo, que agora vê uma oportunidade de se focar noutras áreas de negócio.

“A separação do negócio é a que melhor serve o crescimento futuro tanto dos gelados como da Unilever”, disse a empresa em comunicado. “Os gelados são realmente um negócio diferente que, aliás, já é gerido de forma separada das outras unidades”, explicou o CEO.

A alienação dos gelados — uma decisão que foi recebida com ânimo por parte da bolsa, que registou subidas nas ações da Unilever na ordem dos 5% — deverá render 17 mil milhões de dólares (cerca de 15,6 mil milhões de euros), segundo a avaliação do Barclays citada pelo Financial Times.

Portugal deverá escapar ao impacto… para já.

“Não se sabe muito, mas prevê-se que não haja nada de massivo”, diz fonte próxima da Unilever ao Jornal de Negócios., que sublinha: “talvez haja mudanças daqui a dois anos.”

“Não te esqueças de mim assim”. Epá… Será que chegou a hora de cumprirmos o desejo da Olá?

Tomás Guimarães, ZAP //

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4 Comments

  1. Bem, talvez uma empresa nacional esteja disposta a assumir o nome da Olá outra vez. Não se vai deixar um nicho de mercado tão grande no vazio. E os gelados da Nestle não são grande espiga….

  2. Os criminosos habituais das bolsas. Rejubilam com despedimentos e destruição de ícones. A ganância habitual de um bando de individualistas criminosos. Gelados sempre foram sazonais e sempre existiram. Só agora se lembraram disso?

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