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Filho de José Eduardo dos Santos libertado da prisão. Estava preso desde setembro de 2018

O antigo presidente do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos, que se encontrava em prisão preventiva desde 24 de setembro de 2018, encontra-se já em liberdade, disse hoje à agência Lusa fonte oficial.

A informação foi confirmada à Lusa por fonte da Procuradoria-Geral da República de Angola e dos Serviços Penitenciários, mas ambas não souberam avançar as condições da sua restituição à liberdade.

José Filomeno dos Santos, filho de José Eduardo dos Santos (ex-presidente de Angola) estava detido sob a acusação de má gestão do Fundo Soberano de Angola, que dirigiu entre 2012, nomeado para o cargo pelo seu pai, e 2018, altura em que foi exonerado das funções pelo atual chefe de Estado angolano, João Lourenço.

Zenú, como é conhecido, foi acusado pelo Ministério Público angolano de vários crimes relacionados com a tentativa de apropriação de 500 milhões de dólares do Tesouro de Angola.

Tudo começou no verão de 2017, quando Archer Mangueira, ministro das Finanças angolano, aterrou em Lisboa acompanhado de Valter Filipe, na altura governador do Banco Nacional de Angola.

A missão era receber o representante do banco francês BNP Paribas, que havia enviado uma carta ao presidente José Eduardo dos Santos a propor constituir um Fundo de Investimento Estratégico através de um financiamento de 30 mil milhões de dólares, ou seja, 25,7 mil milhões de euros.

No entanto, nessa audiência, não apareceu ninguém do banco. Em vez dos franceses, estava José Filomeno dos Santos. O ministro das Finanças, insatisfeito, cancelou o encontro.

Mais tarde, o Ministério Público percebeu que este encontro era afinal um golpe, isto é, parte de um plano que visava tirar dinheiro ao Estado e que culminou numa acusação do Ministério Público.

De acordo com o Maka Angola, as negociações não terminaram depois de Archer Mangueira bater com a porta. Sem se perceber como, o ministro acabou afastado das negociações e Valter Filipe assinou um contrato de consultoria com a empresa Mais Financial Services S.A. – empresa do amigo de Zenú – em julho de 2017.

Embora esta empresa não tenha chegado a prestar qualquer serviço, como garante o procurador angolano, recebeu do BNA 25 milhões de euros nesse mês.

ZAP // Lusa

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