Os cancros do aparelho digestivo deverão aumentar nos próximos 10/15 anos em Portugal. Em causa estão, especialmente, três: o cancro do pâncreas, o do fígado e o das vias biliares.
O diretor do Programa Nacional para as Hepatites Virais (PNHV) alerta que, nos próximos 10/15 anos Portugal tem de estar preparado para o aumento dos cancros do aparelho digestivo.
“Há três cancros do aparelho digestivo que aconteça o que acontecer vão aumentar e a população e os políticos têm de estar preparados para isso. Somos especialistas do aparelho digestivo e do fígado, temos previsões nacionais e internacionais, vão aumentar independentemente do que possamos fazer”, disse Rui Tato Marinho.
Em declarações à Lusa, à margem da sessão de apresentação do relatório Programa Nacional para as Hepatites Virais (PNHV) 2025 que decorre esta quarta-feira no Estabelecimento Prisional do Porto, e ainda que destacando que “Portugal está muito bem em muitos aspetos desta área”, Rui Tato Marinho pediu que sejam feitos mais testes e implementados mais rastreios, valorizando o papel dos cuidados de saúde primários e o das organizações de comunidade no terreno.
Em causa estão o cancro do pâncreas, o do fígado e o das vias biliares.
“Pensa-se que [o cancro do pâncreas] é dos mais mortais e vai ultrapassar o cancro da mama”, descreveu o especialista.
“No fígado, e estamos a falar do que nasce no órgão e não das metástases, apesar de se eliminar o vírus, o risco continua a existir em quem tem cirrose”, acrescentou.
Por fim”, “o cancro dos canais biliares é pouco conhecido, mas tem estado a aumentar 5% todos os anos“, findou.
Já sobre as hepatites, frisando que “são doenças silenciosas, doenças que as pessoas não sabem que têm e podem ter durante 20/30 anos”, Rui Tato Marinho apelou às pessoas para que façam testes.
“É preciso fazer o teste da hepatite B e C pelo menos uma vez na vida. Tentar identificar pessoas que andam com hepatite B ou C e não sabem que a têm. A medicina hoje tem respostas fantásticas”, referiu.
ZAP // Lusa