PS: Porto votou em Fernando Araújo – que afinal não será deputado

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António Pedro Santos / Lusa

O antigo diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo

Antigo diretor do SNS foi eleito, mas vai continuar a ser médico e professor: “É a melhor forma de defender o SNS”.

O primeiro e ex-diretor do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, cabeça de lista pelo PS no Porto nas últimas Legislativas, anunciou hoje que não será deputado e manterá funções na Unidade Local de Saúde São João (ULSSJ).

“Após uma reflexão cuidada e uma ponderação pessoal, entendi que a melhor forma de continuar a defender o SNS seria manter-me na ULS São João e na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, como médico e professor universitário, não assumindo, por isso, o lugar de deputado na Assembleia da República (AR)”, escreve Fernando Araújo numa nota enviada à agência Lusa.

O ex-diretor da Direção-Executiva do SNS, que foi secretário de Estado adjunto e da Saúde quando Adalberto Campos Fernandes era ministro, liderou a lista de candidatos a deputados pelo distrito do Porto das Legislativas de domingo.

O PS não venceu no círculo eleitoral do Porto: ficou com 24,04% dos votos, contra os 34,22% do vencedor AD. O PS conseguiu 11 deputados (numa lista liderada por Fernando Araújo) e a AD chegou aos 15 deputados.

Numa nota em que começa por agradecer a Pedro Nuno Santos, o socialista candidato a primeiro-ministro derrotado, pela confiança e a abertura do Partido Socialista, Fernando Araújo refere que, “ao longo da campanha, em cada evento, praça ou conversa anónima” sentiu “o carinho de tantas pessoas” e recebeu “sugestões valiosas que demonstram que a participação cívica está viva no país”.

“A todos os que confiaram no PS com o seu voto – em especial aos eleitores do distrito do Porto – deixo um profundo agradecimento. Tivemos a oportunidade de apresentar o nosso programa eleitoral, com paixão e de forma construtiva, defendendo as propostas que melhor serviriam os interesses dos portugueses”, refere para, depois, explicar porque prefere manter as funções enquanto médico e professor.

“O PS contará com uma excelente representação parlamentar pelo distrito do Porto, que se irá fazer ouvir na defesa dos valores preconizados neste projeto”, aponta.

O médico que presidiu ao conselho de administração do Hospital de São João no período mais intenso da pandemia e é o autor da reforma do SNS que se traduziu na criação de Unidades Locais de Saúde, juntando cuidados hospitalares e cuidados de saúde primários, diz levar consigo “uma experiência única e o orgulho de ter participado nesta caminhada democrática” e garante que continuará “a lutar” onde sente que o seu “contributo possa ser mais útil, por um SNS de qualidade”.

“Acredito num SNS com os melhores profissionais de saúde, motivados, com um projeto de vida, e que seja acessível a todos os portugueses, independentemente da condição económica ou estatuto social, orientado exclusivamente pelas suas necessidades clínicas”, concluiu.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. Excelente noticia. Precisamos dos melhores profissionais nos locais de trabalho.
    Na Assembleia da República fiquem os outros !
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    • Concerteza, “precisamos dos melhores profissionais nos locais de trabalho”.
      Mas ,acima de tudo, precisamos de integridade, coisa que este indivíduo demonstrou não ter.

    • Caro A. Henriques,
      Concerteza, “precisamos dos melhores profissionais nos locais de trabalho.”
      Mas, acima de tudo, precisamos de pessoas íntegras para nós representarem, coisa que este indivíduo não revelou.

  2. Isto é uma enorme falta de respeito por quem lhe deu o voto. Afinal este gajo é outro pantomineiro. É a deriva completa do PS. Será que lhe vai acontecer o mesmo quer se verificou com o partido socialista francês?

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