Restante equipa, SIV e Bombeiros de Gondomar, “alvo de ameaças”. O agressor – que era a vítima – não queria ser tratado.
Um técnico do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foi agredido e sofreu traumatismos na cara e no dedo durante uma emergência na noite de sábado, em Gondomar.
Numa publicação na rede social Facebook, o INEM afirma que um técnico de emergência pré-hospitalar, ao serviço da ambulância de suporte imediato de vida de Gondomar “foi vítima de agressão” e a restante equipa, SIV e Bombeiros de Gondomar, “alvo de ameaças”.
Contactado pela Lusa, o Comando Metropolitano do Porto da PSP afirmou que o agressor foi identificado e que se trata da vítima para a qual tinha sido chamada assistência médica.
A PSP elaborou o auto de ocorrência e remeteu o caso para o Ministério Público.
O técnico foi levado para observação no Hospital de Santo António, no Porto.
“O INEM lamenta profundamente este incidente e recorda que o trabalho de todos os profissionais que se dedicam à emergência pré-hospitalar deve ser respeitado, apoiado e defendido”, lê-se na publicação.
Defendendo que os profissionais “dão em cada missão o melhor de si”, o INEM considera “absolutamente inaceitável” o ocorrido.
“O INEM vai ativar todos os meios legais ao seu alcance para defesa e proteção dos seus profissionais”, acrescenta.
Rui Lázaro, presidente do sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar, confirmou que o agressor (que era a vítima) recusou ser tratado e partiu para a violência.
O responsável acrescentou que, além de fraturas na face, o técnico também ficou ferido no dedo e “houve o cuidado de ser suturado dada a gravidade dos ferimentos”.
Rui Lázaro avisa: “Praticamente todos os dias, equipas de emergência médica são vítimas de agressões, físicas ou só verbais. Ainda há poucos meses negociámos a revisão da carreira com o Governo e um dos pontos fundamentais era que a carreira fosse considerada profissão de risco. Não foi uma reivindicação aceite pelo Governo e queremos aguardar pelo próximo Governo para voltarmos a insistir nesta reivindicação que tanto se justifica”, comentou no Observador.
O incidente ocorreu um dia após a entrada em vigor da lei que agrava as penas para quem agredir polícias, guardas prisionais e bombeiros e alarga a isenção do pagamento de custas judiciais a professores e médicos agredidos.
Segundo esta lei, qualquer trabalhador das áreas da saúde e da educação passa a integrar a lista de profissionais contra os quais a agressão é suscetível de “revelar especial censurabilidade ou perversidade” e que pode ser considerada ofensa à integridade física qualificada.
ZAP // Lusa