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A arma secreta da China na guerra comercial com os EUA: fentanil

Os chineses têm um “trunfo surpreendente na manga”: só há menos mortes nos EUA, se houver colaboração entre os dois países.

Foi uma notícia que deve acalmar muitos consumidores, empresários e investidores: Estados Unidos da América e China anunciaram, nesta segunda-feira, uma pausa nas tarifas para negociarem durante 90 dias.

A suspensão por 90 dias da maioria dos direitos aduaneiros entre os dois países entra em vigor na quarta-feira – mas não chega a todos os produtos.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, já avisou entretanto que as tarifas impostas sobre o fentanil continuam em vigor; embora tenha admitido que está à vista “um caminho positivo”.

O fentanil é um analgésico opioide sintético extremamente potente (muito mais do que a morfina, por exemplo), utilizado principalmente no tratamento de dores intensa – num pós-cirurgia ou em doentes com cancro em fase avançada, por exemplo.

Os EUA acusam empresas de chinesas de não evitarem a exportação de substâncias químicas usadas na produção do fentanil. A China assegura que tem uma das leis sobre drogas mais rigorosas do mundo.

Refira-se que este analgésico, quando ingerido sem indicação médica (overdose é um risco elevado) ou quando misturado com outros medicamentos, mata dezenas de milhares de habitantes dos EUA, todos os anos.

Washington pede a Pequim para reprimir a produção e exportação ilegal dos produtos químicos que permitem o fabrico da substância.

Mas o fentanil é “a verdadeira arma secreta da China” nesta guerra comercial com os EUA, lê-se no Handelsblatt.

É uma ferramenta política de pressão por parte de Pequim. Porque a China sabe que o fentanil é um problema de saúde pública nos EUA, mata muito no país norte-americano – e só mata menos se os EUA colaborarem com a China no combate às drogas.

Aliás, basta ver que, quando a China suspendeu essa colaboração, o número de mortes por consumo de medicamentos atingiu um recorde (negativo) nos EUA. Quando a colaboração voltou – já em 2025 – essa estatística baixou muito.

Motivo importante: disponibilidade reduzida de fentanil.

Entretanto, também nesta segunda-feira, o alto representante dos EUA para o Comércio, Jamieson Greer, contou que a crise do fentanil foi abordada directamente pela primeira vez nas conversas entre os dois países. E assegurou que a China compreendeu a gravidade da questão.

ZAP //

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