A escolha de Vladimiro Feliz como o candidato do PSD à Câmara Municipal do Porto nas próximas eleições autárquicas não é consensual no seio do partido. E se há uma maioria a apoiar a escolha pessoal de Rui Rio, há quem considere que o nome soa a “poucochinho” por ser pouco mediático.
Esta ideia é assumida pelo deputado municipal do PSD no Porto, Luís Osório, em declarações ao Expresso. O elemento crítico de Rui Rio fala de uma aposta “infeliz” e de um candidato “poucochinho”.
Luís Osório chega a notar que é “um dia triste” para o Porto e para o PSD, referindo-se ao anúncio de Feliz como a escolha de Rio.
“No partido, penso que a única pessoa que está contente é o dr. Rui Rio”, destaca o deputado municipal, concluindo que “a montanha pariu um rato, após o presidente do partido ter sondado uma mão-cheia de candidatos”.
“É uma diferença de ambição brutal” relativamente a Lisboa, onde a aposta recaiu em Carlos Moedas, diz ainda Luís Osório que receia que as próximas eleições autárquicas terminem como “um remake do fiasco de 2017”. Nesse ano, o PSD ficou reduzido a um vereador na Câmara do Porto.
Mesmo no Porto, Feliz não é “muito conhecido”
Rui Rio assumiu a escolha pessoal de Vladimiro Feliz de quem é amigo e que foi seu vice-presidente no último mandato na Câmara do Porto.
“O meu candidato é este e todos acreditaram porque neste eu confio, é um homem confiável, um homem que conhece bem a cidade do Porto, um homem que conhece bem a Câmara Municipal do Porto e um homem leal”, apontou o presidente do PSD sobre Feliz.
Feliz é um engenheiro mecânico de 47 anos que trabalha como director de recursos humanos e tecnológicos do CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento, em Matosinhos.
Estava afastado da política, mas nas últimas eleições foi apoiante de Rui Moreira, contra quem vai agora concorrer.
O líder da concelhia do PSD/Porto, Miguel Seabra, elogia-lhe a “experiência autárquica” e a “vida além da política”, considerando que “é uma referência na área da inovação e das smart cities“, conforme declarações ao Expresso.
“É o candidato capaz de desmontar o discurso demagógico de Rui Moreira e a pessoa certa para devolver ao município a importância perdida, uma cidade desleixada, sem visão no sector da habitação ou da mobilidade”, diz ainda Miguel Seabra.
O ex-líder da concelhia do PSD e amigo de Feliz, Hugo Neto, só lamenta que Rio não tenha lidado com a sua “falta de visibilidade mediática” antes de o ter anunciado como candidato.
“É uma limitação que agora só pode ser compensada com um forte envolvimento pessoal de Rui Rio durante a campanha ao Porto”, vinca Hugo Neto também no Expresso.
O eurodeputado Paulo Rangel falha de uma escolha “felicíssima”, apontando que Feliz “conhece a cidade como ninguém, ao nível micro e macro municipal”, e que “tem uma visão de presente e futuro, qualidades poucos comuns em muitos autarcas”.
Contudo, Rangel repara também que Vladimiro Feliz não é “muito conhecido”, mesmo no Porto.
Entramos na época do desfile dos candidaturas manhosas,e ver quem são os escolhidos pelas cúpulas partidárias meia dúzia de senhores escolhem quem eles querem e confiam sem ouvir os militantes de base quem eles desejavam que fosse o seu autarca, tão democratas que eles são que não querem saber onde fica a confiança do eleitores, nem lhes interessa se os escolhidos por eles conhecem o concelho e as aspirações dessa população,ou esses senhores acham que são seres divinos? Um candidato a autarca deve ser uma pessoa que conheça o concelho viva no concelho que conviva com as populações ouça os seus anseios, e não para paraquedista que muitos nem o concelho por onde concorrem conhecem, enchem eles a boca a falar em democracia, tenho para mim que não vivemos em democracia, democracia é outra coisa, vivemos é numa partidocracia