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FBI distribui pornografia infantil na dark web para localizar pedófilos

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Uma estratégia usada recentemente pelo FBI para identificar e capturar quem divulga e partilha pornografia infantil na Internet passou por entrar no campo da ilegalidade para apanhar os verdadeiros criminosos.

Para conseguir localizar os que praticam esse tipo de crime, o órgão norte-americano plantou algumas iscas que vão ajudar a identificar quem consome esse tipo de conteúdo.

Segundo o site Motherboard, a ideia surgiu após a agência ter conseguido invadir uma página de pornografia infantil na dark web. Em vez de a apagar para evitar que mais pedófilos acedessem àquele endereço, o FBI manteve os conteúdos no ar – mas dentro de seus próprios servidores.

Assim, ao longo de 13 dias, os agentes tiveram total controlo sobre a página e mantiveram-na funcional para que as pessoas não notassem nenhuma diferença. A partir daí, conseguiram identificar os IPs dos utilizadores e enviaram uma espécie de malware que transmitia dados diretamente para os escritórios do FBI, o que ajudou a prender esses indivíduos.

É claro que, para isso, foi preciso fazer vista grossa a várias questões éticas. A principal era o facto de que, na prática, o FBI distribuiu pornografia infantil na dark web ao longo de quase duas semanas. Contudo, apesar de ser impossível ignorar os problemas que isso envolve, o resultado foi bastante satisfatório.

Como aponta o The Next Web, a investigação resultou na identificação de mais de 1.300 pessoas que passaram pelo site. Até o momento, de acordo com o USA Today, pelo menos 137 pessoas já foram acusadas.

Mais do que isso, o FBI ainda teve acesso a informações de mais de 215 mil utilizadores registados no site – identificado apenas como Playpen – entre os dias 20 de fevereiro e 4 de março. Esses dados vão ajudar o Governo a localizar esses indivíduos numa nova fase da operação.

O próximo desafio é que muitos desses utilizadores localizados estão fora dos Estados Unidos, em países como Chile, Grécia e Dinamarca, o que significa que o governo dos EUA precisará do apoio das forças policiais dessas nações para poder encontrar e autuar quem consome pornografia infantil por todo o mundo.

De acordo com o ex-agente Ron Hosko, esta foi uma oportunidade única para a agência conseguir infiltrar-se “num dos lugares mais sombrios da Terra”. Apesar da investigação ter feito com que o FBI ultrapassasse alguns limites morais e éticos, o especialista considera que não havia outra maneira de identificar tantos criminosos de uma só vez, tendo sido por isso que seguiram em frente com os planos.

Canal Tech

4 Comments

  1. À luz da lei Portuguesa isto seria ilegal.
    Não podem os investigadores serem os elementos que despoletam o crime.
    Na terra dos cowboys vale quase tudo.

  2. o fruto proibido sempre foi o mais……. acho que o relevo e publicidade gerado em volta do tema ,pode ser o grande culpado !pois esta a atrair cada vez mais curiosos e uma parte deles acaba por ser negativamente influenciado,tal como os assassinos em serie ,que matam pela gloria de serem noticia e apareçerem em todo o lado, bem ou a mal ficam imortalizados na historia

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