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Familygate em Montalegre. Há suspeitas de “cartel” com amigos

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Município de Montalegre / Facebook

O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves

O presidente e o vice-presidente da Câmara de Montalegre foram detidos por suspeitas de que montaram “um cartel” com empresários amigos para lucrarem com obras municipais. A investigação foi iniciada após “denúncias anónimas”.

Orlando Alves e Duarte Teixeira, presidente e vice-presidente da Câmara de Montalegre, respectivamente, foram detidos nesta quinta-feira no âmbito da Operação Alquimia.

O caso que está entregue ao Departamento de Investigação e Acção Penal Regional do Porto envolve suspeitas relacionadas com contratos públicos assinados pela autarquia no período entre 2014 a 2022.

Os investigadores acreditam que houve viciação para benefício dos suspeitos em valores que podem rondar os 20 milhões de euros, segundo comunicado da Polícia Judiciária.

Orlando Alves e Duarte Teixeira, que vão ser ouvidos nesta sexta-feira por um juiz, são suspeitos de terem combinado “preços de obras com empresários” e de “terem montado um esquema para lucrar à custa de empreitadas do município”, apurou o Porto Canal.

O canal de televisão adianta que terão criado “um cartel com um grupo restrito de empresários para inflaccionar valores e entregar o concurso a “amigos””, frisando que “consertavam os preços, as propostas e o vencedor dos concursos das obras da autarquia”.

Contratos com empresa do irmão do autarca sob suspeita

A investigação começou após “denúncias anónimas”, segundo refere o Expresso, e já tinham sido realizadas buscas em 2020. Nessa altura, Orlando Alves e David Teixeira já eram arguidos no processo.

O Expresso acrescenta que estão em causa contratos públicos com a empresa Gafaestruturas – Engenharia, Lda, da qual é sócio Edgar Alves, irmão do presidente da Câmara de Montalegre.

A empresa de construção civil com sede em Braga assinou cerca de 50 contratos públicos com a autarquia desde 2010, “maioritariamente por ajuste directo“, refere o semanário.

A relação entre a empresa e a autarquia foi alvo de uma reportagem do “Sexta às 9” em Outubro de 2020. O programa da RTP1 referia, então, que os negócios sob suspeita envolviam cerca de 5 milhões de euros e mais familiares do autarca, além do irmão. O município terá adjudicado também outras obras a empresas da cunhada e de sobrinhos.

Em causa estão crimes de associação criminosa, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos, abuso de poder e participação económica em negócio.

A Câmara de Montalegre é liderada por Orlando Alves desde 2013, sendo que o município está nas mãos do PS desde 1989.

Orlando Alves foi reeleito nas últimas autárquicas, em 2021, com maioria absoluta, mesmo já sendo arguido no caso.

Autarcas detidos dispostos a prestar esclarecimentos

O presidente da Câmara de Montalegre e o vice-presidente revelam que estão disponíveis para prestar os esclarecimentos que forem necessários “no tempo e lugar próprios”, segundo um comunicado divulgado pela autarquia.

Entretanto, salientam que mantêm “o foco no desenvolvimento do trabalho em prol do território de Montalegre”, como nota um comunicado assinado pela vereadora Fátima Fernandes.

“Espera-se que tudo seja esclarecido com celeridade para que, definitivamente, todas aquelas denúncias sejam removidas do espaço público“, sustenta ainda o comunicado.

Em Março deste ano, os dois autarcas foram absolvidos do crime de prevaricação pelo qual foram julgados no Tribunal de Vila Real, estando em causa a aquisição de um painel publicitário LED em 2015.

ZAP // Lusa

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7 Comments

  1. Se a justiça fosse cega, como é costume se dizer, casos destes sao aos montes por este País fora, os Tribunais nao dariam conta do recado, aliás será muito dificil encontrar uma autarquia diferente, mas isso era fazer justiça, agora separando os casos pelas cores, o numero destes casos até nem parecem por aí alem, mas a verdade, a realidade é bem diferente.

    • Gente miserável. Sejam de que cor for, rosa laranja as riscas, tem que ser condenados. Está em causa o roubo do erário publico, não pode haver condescendência, seja qual for a região.
      Esta gente não pode ter poder, não são sérios.
      Fora com eles.

      • No Brasil também um ladrão (que esteve preso em Curitiba, por ser um santinho) vai ser Presidente do Brasil. Vai ficar, outra vez, próximo dos caminhos da roubalheira. Pobre Brasil!

        • É verdade mas a alternativa também compra apartamentos com dinheiro vivo…
          E ainda por cima é tolinho da cabeça. No mundo desenvolvido ninguém o leva a sério. São os dois mais demais.

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