Família Mortágua assombra Mariana. Depois da renda da avó, o pai condenado e a mãe diretora

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Manuel Fernando Araújo / Lusa

Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda

A família da Mariana Mortágua continua a marcar presença regular na campanha para as Eleições Legislativas de 10 de março. Depois do caso da avó “sobressaltada com as rendas”, a líder do Bloco trouxe o pai “condenado a prisão perpétua” — e o Sol chamou o assunto da mãe nomeada diretora.

Primeiro a avó, agora a mãe e o pai. A família de Mariana Mortágua está a marcar a campanha eleitoral da coordenadora do Bloco de Esquerda.

Na primeira semana de debates televisivos, no “cordial” confronto com o líder do PSD, Luís Montenegro, Mortágua chamou à campanha uma protagonista inesperada: a avó, que usou como exemplo das “perturbações causadas nos idosos” pela lei das rendas.

“Eu vi idosos a serem expulsos, eu conheço o pânico que era receber uma carta do senhorio. Eu vi o sobressalto da minha avó ao receber cartas do senhorio“, contou Mariana Mortágua.

Terá sido apanhada a mentir descaradamente na TV, uma vez que a chamada Lei Cristas não se aplicaria à avó, que, na altura com 78 anos, estava protegida pela lei e cujo senhorio era uma IPSS.

No debate com Rui Tavares, a coordenadora do Bloco clarifica a sua história: “O que digo e mantenho é que foi aprovada uma lei muito cruel, que criou um regime de insegurança e sobressalto, particularmente nos idosos. Ficaram em sobressalto. Não faz muito sentido discutir as questões particulares“.

Pai condenado a pena perpétua

Na quarta-feira, Mortágua voltou a chamar a família à campanha eleitoral. No programa “Dois às 10”, na TVI, a coordenadora do Bloco de Esquerda falou sobre a sua vida pessoal e deu o exemplo do pai, que lutou contra o regime ditatorial do Estado Novo.

“O meu pai fez política na clandestinidade, foi condenado a prisão perpétua pela PIDE. Viveu fora deste país, emigrou quando tinha 17 anos e só pode voltar a Portugal no 25 de abril. Sentou-se na Avenida da Liberdade”, contou.

A história não tardou a chegar às redes sociais. “Parece que o pai da Mariana cometeu crimes antes de 1884, data em que foi abolida a prisão perpétua em Portuga. Depois da história da avozinha temos uma ainda mais incrível, digna de ir para o Guiness…”, comenta um utilizador.

“Essa informação é falsa, porque essa pena não existia em Portugal nessa altura”, diz ao Observador o historiador José Miguel Sardica. “Esta é uma afirmação política para tentar heroizar o pai, mas que não corresponde à verdade dos factos”.

Também o historiador e jurista António Araújo, que recorda que Portugal “aboliu a pena de prisão perpétua em 1884, sendo que o Estado Novo começou em 1933”, classifica como “factualmente errada” a afirmação de Mortágua, nota o jornal.

Esta sexta feira, Mariana Mortágua defendeu a sua posição. “O meu pai foi condenado a penas de dezenas de anos que, todas juntas, significariam que não poderia voltar ao país. A acumulação de sentenças na prática quereria dizer isso mesmo”.

Estranha promoção da mãe

A mãe da coordenadora do Bloco chegou também à campanha eleitoral — trazida desta vez pelo jornal Sol, que traz à primeira página da edição desta sexta feira o caso da “estranha promoção da mãe de Mortágua“.

Durante a negociação do orçamento de Estado para 2021, conta o jornal, num período de tensão política entre o governo de António Costa e o Bloco, surge uma nomeação controversa: Maria Inês Fernandes Maldonado Rodrigues, mãe de Mariana e Joana Mortágua.

Então com 65 anos, em outubro de 2020 Inês Maldonado é promovida a diretora da Unidade de Desenvolvimento Social do Centro Distrital de Beja pela Segurança Social — uma promoção que suscita estranheza devido à idade da mãe das duas deputadas e à coincidência temporal com as negociações do orçamento.

Apesar de Inês Maldonado já exercer funções no Instituto da Segurança Social de Beja, a promoção para um cargo de maior responsabilidade, sem experiência específica prévia, suscitou na altura dúvidas, conta o Sol.

A nomeação, inicialmente em regime de substituição, foi posteriormente tornada definitiva até março de 2025, altura em que Inês Maldonado terá 70 anos, ultrapassando a idade habitual de reforma.

A nomeação, que ocorre num contexto de negociação difícil do orçamento de Estado, onde o voto do Bloco de Esquerda era crucial, levou a especulações sobre possíveis motivações políticas — num caso que faz lembrar o da compra das ações dos CTT, em 2022, de que apenas o PCP tinha conhecimento.

Porém, a promoção não influenciou aparentemente o desfecho das negociações do orçamento de 2021. O Bloco de Esquerda votou contra, marcando o início de uma rutura com o governo que culminaria na queda do Executivo no ano seguinte.

Atualmente com 69 anos, Inês Maldonado continua a exercer as suas funções de direção da Unidade de Desenvolvimento Social em Beja — sem que, se quisermos manter boas relações com a verdade, possamos traçar uma relação direta entre a sua promoção e as negociações do OE na altura em curso.

Armando Batista, ZAP //

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12 Comments

  1. A família Mortágua deu-nos este génio da política.
    Com ideologia de esquerda, como não podia deixar de ser. Nela depositamos muita esperança.
    Os ” rabos de palha” que tentam colar-lhe, são a prova do seu valor, e do incomodo que causa nas incapazes hostes da direita.

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  2. Não sei se é, ou será génio, o tempo e as suas ações o dirão, mas o artigo no final diz: ‘Inês Maldonado continua a exercer as suas funções de direção da Unidade de Desenvolvimento Social em Beja — sem que, se quisermos manter boas relações com a verdade, possamos traçar uma relação direta entre a sua promoção e as negociações do OE na altura em curso.’
    Se é assim para que é que aparece este assunto ?

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  3. Não compreendo como está mocinha que não sabe nada da vida fala como se soubesse tudo de qualquer assunto, sem experiência de nada e ainda tem quem tenha paciência para a escutar…
    Agua benta e presunção cada um toma a que quer.
    Tolo é quem não pára para pensar e concluir que é uma moça vazia e atrevida.

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  4. Os que mais roubaram aos portugueses que pagam impostos (trabalhadores por conta de outrém) foram (e continuam a ser) os bancos falidos, as milhares de empresas que praticam fuga e fraude fiscal, as que enganam a Segurança Social…

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  5. Rui, alguém quer uma delambida destas?! Até no seu rir, artificial e patético, exibe algo do o seu progenitor (o assaltante de um navio, de um avião e do Banco de Portugal).

  6. Helder, esta gaiteira do BE é um bom símbolo da fantasia e ilusionismo das esquerdas. É só papaguear… e com tantas palermices pelo meio. Experiência de vida, ZERO!

  7. Foi na Venezuela, para onde partiu e onde começou a especialização em assaltos. O primeiro foi ao navio Santa Maria, que, à altura, passava em águas próximas deste país.

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