A editora britânica Pearson chegou esta quarta-feira a acordo para a venda de 50% da participação que tinha no grupo The Economist, que publica a revista com o mesmo nome, por 468 milhões de libras (cerca de 660 milhões de euros).
Num comunicado ao mercado, a Pearson, que é um dos maiores grupos editoriais do mundo e líder no setor da educação, adiantou que a italiana Exor, holding da família Agnelli, vai passar a maior acionista individual do grupo, ao aumentar a sua posição dos atuais 4,7% para 43,4%.
A família Agnelli é a maior acionista do grupo automóvel Fiat Chrysler.
A Pearson, fundada em 1844, irá vender à Exor 27,8% das suas ações ordinárias por 227,5 milhões de libras (cerca de 320 milhões de euros) e toda a sua participação de ações de classe B na empresa por 69,5 milhões de libras (cerca de 95 milhões de euros).
As ações ordinárias podem ser detidas por empregados, antigos empregados e membros fundadores da empresa.
O grupo The Economist adiantou que irá vender a sua sede em Londres para ajudar a pagar a recompra de ações próprias.
“Sempre admirámos que a integridade editorial e a perspetiva global tenham sido as marcas de identidade do êxito do grupo The Economist”, afirmou o diretor executivo da Exor, John Elkann.
“Ter aumentado a nossa participação no The Economist reafirma-nos como acionistas do grupo onde estamos há tanto tempo, o mesmo que as famílias Cadbury, Layton, Rothschild e Schroder”, acrescentou.
A editora Pearson assegurou que “a transação está sujeita a uma série de autorizações e à aprovação de pelo menos 75% dos acionistas e que espera a conclusão no quarto trimestre” deste ano.
O grupo Pearson “está orgulhoso de ter feito parte do êxito do The Economist durante os últimos 58 anos e os nossos acionistas beneficiaram muito do seu crescimento”, adiantou John Fallon, conselheiro delegado da editora.
Agora a Pearson pretende concentrar-se na sua estratégia de educação global, adiantou.
Em julho, o grupo Pearson tinha anunciado a venda do jornal económico Financial Times, do qual era dono há 60 anos, aos japoneses Nikkei por 844 milhões de libras (cerca de 1.200 milhões de euros).
No ano passado, o The Economist registou ganhos de 67 milhões de libras (94 milhões de euros), três vezes superiores ao Financial Times.
/Lusa